Voltar à Página da edicao n. 434 de 2008-05-20
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A Câmara da Guarda está a tentar resolver a situação de algumas indústrias

Autarca procura soluções para “amenizar” crise nos lanifícios

O presidente da Câmara da Guarda, Joaquim Valente, espera reunir com representantes do Governo para estudar soluções para a crise dos lanifícios em duas fábricas da aldeia dos Trinta. Em causa está uma centena de empregos

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O presidente da Câmara da Guarda anunciou na passada semana que espera reunir, esta semana, com o secretário de Estado da Indústria para tentar encontrar soluções para "amenizar" a crise que afecta trabalhadores de duas fábricas de lanifícios do concelho.
Cerca de uma centena de operários de duas fábricas da freguesia de Trinta suspenderam os contratos de trabalho após dois meses de salários em atraso.
Na passada semana, os 36 trabalhadores da fábrica Jopilã foram confrontados com indicações da empresa para que permanecessem mais uma semana de férias quando se preparavam para regressar ao trabalho. No mesmo dia, o Sindicato Têxtil da Beira Alta anunciou que 55 dos cerca de 60 funcionários de outra fábrica do sector, a Efilã, tinham suspendido os contratos de trabalho, também "por estarem com dois meses de salários em atraso". Os trabalhadores atingidos são maioritariamente habitantes daquela aldeia e também das freguesias vizinhas de Corujeira, Fernão Joanes, Meios e Videmonte.
Confrontado pela Lusa com a situação de crise das duas empresas de produção de fios industriais e lãs para o sector têxtil, o presidente da Câmara da Guarda, Joaquim Valente, anunciou que a autarquia está a tentar encontrar "soluções" para fazer face à mão-de-obra desempregada. "Vou ter uma reunião com o senhor secretário de Estado Secretário Estado Adjunto, da Indústria e Inovação [Castro Guerra], onde iremos abordar e reflectir sobre o que é que se pode fazer, ou qual é o contributo que todos nós podemos dar, por forma a que, possamos amenizar estas situações", revela o autarca.
Joaquim Valente reconhece que o Estado, o Município e o tecido empresarial do concelho devem "fazer um esforço no sentido de encontrar soluções de empregabilidade para pessoas que ainda são jovens e têm uma vida pela frente". "Em terras pequenas, duas ou três dezenas de postos de trabalho que deixam de existir causam sempre grandes transtornos", admite, acrescentando que o futuro da região "passará por outras apostas". "Temos que nos virar para a agricultura, para o território, para pequenos nichos de mercado, para o turismo, para pequenas empresas, micro-empresas locais, que desenvolvam outro tipo de actividade, porque, de facto, esta actividade [sector têxtil e dos lanifícios] está em crise, porque não existe mercado para o produto que transforma", diz.
O autarca salienta que já foi contactado por presidentes de Juntas de Freguesia e por alguns dos trabalhadores, referindo que "o que mais preocupa são as pessoas mais novas que, de facto, têm de inverter o seu percurso em termos laborais".
"Isto era uma autêntica cidade têxtil e a situação que agora se vive é preocupante", admite uma comerciante da aldeia, que reclama "uma nova hipótese" para o sector.
Na freguesia dos Trinta são agora apenas duas as fábricas dedicadas à produção de fio e de cobertores, que laboram a cem por cento, empregando cerca de 200 pessoas.


A Câmara da Guarda está a tentar resolver a situação de algumas indústrias
A Câmara da Guarda está a tentar resolver a situação de algumas indústrias


Data de publicação: 2008-05-20 01:22:18
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