Voltar à Página da edicao n. 432 de 2008-05-06
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Director: João Canavilhas Director-adjunto: Anabela Gradim
 

Formação e emprego

> João Canavilhas

Decorreu no último sábado a tradicional Bênção das Pastas, um dos momentos mais marcantes na vida de um estudante. Se há quinze anos esta cerimónia decorria numa igreja, hoje o recinto da Nª Sª da Conceição já é pequeno para tantos finalistas e seus familiares, pelo que é urgente pensar num espaço alternativo para acolher a Bênção da UBI.

Perante tão grande número de finalistas, cerca de 1500, imagino que os pais destes estudantes tenham vivido um dia intenso, com sentimentos contraditórios: se por um lado sentiram o natural orgulho de ver o filho concluir o curso, por outro lado puderam ver logo ali uma amostra dos milhares de licenciados que vão agora disputar um lugar no mercado de trabalho, uma situação capaz de provocar alguma angústia.

A competição por um emprego vai ser dura, pois o número de licenciados em Portugal tem crescido de forma impressionante. Tomando como referência a classificação da UNESCO, podemos dizer que no grupo ISCED 5A, que inclui os graus de licenciado e os diplomas de especialização pós-licenciatura, Portugal passou de 31.815 diplomados em 1997/98 para 53.593, em 2005/06. Se combinarmos estes números com a crise vivida nas economias ocidentais o resultado torna-se preocupante, mas é preciso acreditar que nos períodos de crise vencem sempre os melhores.

De acordo com os dados do INE relativos a Dezembro de 2007, a taxa de emprego por grau de escolaridade completo tem vindo a descer em todos os níveis de escolaridade desde o ano 2000. Apesar de tudo, o grupo que apresenta a mais alta taxa de empregabilidade continua a ser o dos licenciados (79%), seguido dos trabalhadores com o ensino secundário ou pós-secundário (62,4%) e dos trabalhadores com o 3º ciclo (53,9%). Estes dados comprovam que a formação superior continua a ser uma mais-valia, o que pode ainda ser confirmado com os 200 mil licenciados absorvidos pelo mercado de trabalho nos últimos cinco anos.

O emprego desejado pode não surgir no dia, no mês ou até no semestre seguinte à finalização do curso, mas uma coisa é certa: quando a oportunidade surgir, só os mais preparados estarão em condições de a aproveitar. Neste, como noutros campos, a tradição ainda é o que era.


Data de publicação: 2008-05-06 00:00:01
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