Voltar à Página da edicao n. 429 de 2008-04-15
Jornal Online da UBI, da Covilhã, da Região e do Resto
Director: João Canavilhas Director-adjunto: Anabela Gradim
 
As populações do interior temem a falta de emprego e a desertificação

Observatório analisa bem-estar

É um dos mais recentes projectos do Observatório de Desenvolvimento Social da UBI. As Cáritas Diocesanas de Salamanca e da Guarda trabalharam em conjunto com esta estrutura para avaliar as condições de vida e de bem-estar das populações fronteiriças.

> Eduardo Alves

Cerca de 30 freguesias da raia portuguesa e número semelhante de povos da raia espanhola foram analisadas, em vários parâmetros, por um estudo que contou com o apoio do Observatório de Desenvolvimento Social da UBI. Uma análise que incidiu sobre a população das freguesias raianas de cada lado da fronteira e que teve como pressuposto, “a realização de um levantamento e análise de vários parâmetros relacionados com as aldeias, sobretudo, ao nível das idades dos seus habitantes e também ao nível do seu desenvolvimento económico”, adianta Pires Manso, docente da UBI e responsável pelo Observatório.
Este trabalho surge no seguimento de um outro feito também a pedido da Cáritas da Guarda sobre a pobreza nesta zona do território ibérico. Depois desse estudo “houve algum contacto e a ideia era, no fundo, preparar algumas candidaturas a financiamentos europeus para posteriores estudos”, garante o mesmo. E foi aí que surgiu a oportunidade “de comparar a região fronteiriça portuguesa e espanhola. O estudo abrange uma vasta área desde Penamacor até ao Rio Douro, em Portugal e na zona de Espanha vai até Zamora”, acrescenta Pires Manso.
De entre as várias conclusões que serão tornadas públicas, “de forma mais profunda” pela Cáritas, Pires Manso destaca “a preocupação das populações com a falta de emprego e com a desertificação”. Mas, segundo aponta o estudo, genericamente os problemas destas populações são os mesmos dos dois lados da fronteira. As pirâmides etárias das populações apresentam os mesmos resultados, “com o número de pessoas a crescer até à década de 50 e 60, do século passado e depois disso a decrescer a pique, fruto da emigração, quer portuguesa, quer espanhola e fruto também da escassez de emprego”, explica o docente da UBI. Para além disto há uma taxa de natalidade inferior à de mortalidade, acrescenta o mesmo.
Este estudo incidiu sobre a população de todas as freguesias fronteiriças de ambos os países ibéricos, tendo sido analisadas cerca de 30 freguesias de cada país. Depois houve também o contacto com os presidentes das juntas de freguesia e os alcaides “para indagar sobre a actividade económica da freguesia, o poder de compra da população e outros aspectos”, que estão também incluídos nesta análise.
Recolhida toda a informação criaram-se grupos de discussão sobre os dados obtidos, tendo participado, autarcas, empresários, membros de várias associações e escolas e representantes das forças vivas das localidades. Segundo Pires Manso, este estudo sobre o modo de vida e o bem-estar das populações do interior ibérico, veio ao encontro do que são as opiniões de quem vive nas zonas abrangidas pelo próprio.


As populações do interior temem a falta de emprego e a desertificação
As populações do interior temem a falta de emprego e a desertificação


Data de publicação: 2008-04-15 00:00:00
Voltar à Página principal

2006 © Labcom - Laboratório de comunicação e conteúdos online, UBI - Universidade da Beira Interior