Voltar à Página da edicao n. 427 de 2008-04-01
Jornal Online da UBI, da Covilhã, da Região e do Resto
Director: João Canavilhas Director-adjunto: Anabela Gradim
 

“Estamos a preparar as instituições para o futuro”

> Eduardo Alves

Urbi@Orbi – Está a participar num trabalho que vai construir a UBI do futuro. Na sua perspectiva, o que é que a comunidade pode esperar desta operação?
António Simões Lopes –
Apesar das condicionantes do RJIES limitarem a capacidade da universidade criar moldes específico, é verdade que este facto de estarmos a preparar um novo estatuto para a instituição vai determinar uma movimentação interna que adivinho, significativa, para não dizer, muito grande. Tanto o corpo docente, como os estudantes, não querem perder esta oportunidade e diria que a grande componente da mudança está na vontade interna da instituição e deve dizer que quero pensar significativamente na reflexão e nas tomadas de posição que os membros da universidade adoptam relativamente aos novos estatutos. Esse será o meu papel principal.
Procurarei também para contribuir de forma útil, não apenas porque tive uma experiência de vida numa universidade em que estive como reitor vários anos e que me traz responsabilidades, exactamente porque é uma experiência, mas também porque mesmo em actividades que não são universitárias algum trabalho desenvolvi na esfera profissional, agora muito limitada à área dos economistas, que me deu esperança que a experiência que aí adquiri também possa ser útil. Vou colocar todas as minhas possibilidades ao serviço desta assembleia para ver se posso fazer algum trabalho útil para a própria assembleia.

Urbi@Orbi – Como vê as dificuldades de uma universidade do interior, num território que tem merecido menos atenção que o litoral?
António Simões Lopes –
Na actividade de docência e investigação, aquilo que tenho feito tem precisamente a ver com o desenvolvimento regional e aí vivo uma tortura permanente, porque me pergunto se algumas vezes não estaremos a viver num País a correr a duas velocidades. E atente-se ao significado do conceito correr que aqui deve ser visto para os dois lados, isto é, enquanto que na zona de maior progresso há efectivamente crescimento, há algum desenvolvimento; nas zonas do interior que são as mais necessitadas, assistimos a um processo que deixa dúvidas sobre um crescimento efectivo.
O crescimento existe, as condições de vida são melhores nos nossos dias, quando comparadas com as que se viviam há 20 anos, mas o desfasamento relativo entre o interior e o litoral tem-se acentuado. E isso é uma angústia que fica permanente atravessa em mim. E com isto quero dizer que toda esta situação se aplica em todos os sectores e afecta todas as instituições, inclusivamente as universidades, que aqui têm, de facto, muitas mais dificuldades que as congéneres do litoral.

Urbi@Orbi – Depois de deixar a docência, tem ocupado o seu tempo na investigação, sobretudo na publicação de artigos científicos e, ao que parece, de um livro que estará para breve. É assim?
António Simões Lopes –
Efectivamente, tenho preenchido o meu tempo com alguma investigação e prestações de serviços que me são solicitadas sempre na área da economia regional. Na área da investigação, em tempos produzi um livro que na altura teve um certo sucesso e que chegou a fazer cinco edições na Fundação Calouste Gulbenkian e que penso que é um livro que me estão sempre a solicitar para actualizar, mas que não desejo pegar mais naquele livro. De modo que neste momento tenho em mãos um projecto de um novo livro, agora mais de economia urbana que talvez seja editado em breve. É esse o resultado de todo o trabalho de investigação que agora me ocupa pesadamente.

Perfil de António Simões Lopes

Sempre tive grande admiração pela UBI



"Na actividade de docência e investigação, aquilo que tenho feito tem precisamente a ver com o desenvolvimento regional "


Data de publicação: 2008-04-01 00:00:00
Voltar à Página principal

2006 © Labcom - Laboratório de comunicação e conteúdos online, UBI - Universidade da Beira Interior