Voltar à Página da edicao n. 426 de 2008-03-25
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Os bombeiros da Guarda pedem uma viatura especial

Bombeiros querem viatura para matérias químicas perigosas

Bombeiros da Guarda querem uma viatura de intervenção em situações que envolvam derrames de matérias químicas perigosas. É que as que estão mais próximas situam-se em Coimbra e Santa Maria da Feira. Comando diz que face ao facto de por ali passarem a A25 e A23, era necessário haver um carro destes na cidade.

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O comandante dos bombeiros da Guarda, Luís Santos, lamentou na passada semana que a corporação não esteja dotada com uma viatura de intervenção em situações que envolvam derrames de matérias químicas perigosas transportadas por via terrestre ou ferroviária.
Segundo este responsável, os veículos mais próximos para intervir nestas situações estão situados em Coimbra ou Santa Maria da Feira, quando era necessário que estivesse uma viatura sedeada na Guarda, dada a existência das auto-estradas A 25 (Vilar Formoso/Aveiro) e A 23 (Guarda/Torres Novas) e da linha ferroviária de ligação a Espanha. "Temos um risco claro e inequívoco, sobretudo de materiais que são resíduos que vão para reciclagem para outras zonas da Europa", considera Luís Santos, defendendo que, "dada a especificidade desta zona", a Guarda deveria possuir um "veículo de defesa e protecção do ambiente". "Do ponto de vista humano, os homens estão preparados para responder às circunstâncias", garante, apontando que só falta equipamento para intervir.
O comandante falava à Agência Lusa no final de um simulacro realizado na Escola EB 2,3 da Sequeira, com 432 alunos, relacionado com um acidente na auto-estrada A25 de uma cisterna que verteu um produto constituído por resíduos que estavam a ser transportados para reciclagem, entre os quais derivados de cloro e outros. Uma "nuvem" de substâncias mais pesadas que o ar foi em direcção ao estabelecimento escolar e imediatamente foi activado o plano de emergência, tendo o exercício sido realizado de forma positiva, segundo aquele responsável.
Para analisar a atmosfera, os bombeiros da Guarda utilizaram um aparelho "já antigo, que não é fiável", segundo o comandante da corporação, mas caso fosse um acidente a sério, a intervenção teria que ser realizada por equipamento específico localizado em Coimbra e Santa Maria da Feira, a cerca de três horas de distância.
Os bombeiros da Guarda defendem a instalação de uma viatura na cidade, "para enfrentar situações de substâncias perigosas, no caso de elas serem derramadas".
Em relação ao simulacro, caso se tratasse de uma situação real, Luís Santos refere que "com bom rigor" só se saberia que a zona estava sob efeito da referida "nuvem" após a deslocação de "material de Santa Maria da Feira ou de Coimbra para fazer a avaliação da situação". "Dada a especificidade desta zona, a Guarda teria condições para utilizar esse equipamento [veículo de defesa e protecção do ambiente, que fizesse face a uma primeira intervenção, para fazer contenção e transporte, com fatos integrais de aproximação e aparelhos de medição] e para apoiar algumas zonas do distrito de Castelo Branco e outras mais a Norte", indica. O comandante assegura que os seus homens já possuem conhecimentos técnicos para operar com um veículo desta natureza. "Estando aqui ao lado de Espanha, seria interessante nós termos [um veículo], porque nessa área os espanhóis não estão melhores do que nós e seria uma forma de Portugal apoiar a região transfronteiriça", defende.
Luís Santos deu conta que a corporação já colocou o assunto à Autoridade Nacional de Protecção Civil mas "não tem havido resposta". No simulacro, para além dos bombeiros da Guarda, participaram elementos da PSP e da Protecção Civil Municipal.


Os bombeiros da Guarda pedem uma viatura especial
Os bombeiros da Guarda pedem uma viatura especial


Data de publicação: 2008-03-25 00:01:00
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