Voltar à Página da edicao n. 425 de 2008-03-18
Jornal Online da UBI, da Covilhã, da Região e do Resto
Director: João Canavilhas Director-adjunto: Anabela Gradim
 
A peça que veio à Covilhã fala sobre resignação e luta revolucionária

Interpretação em espanhol no Teatro Universitário

A frustração e o humanismo em conflito face à condição de precariedade da vida. A resignação e a luta revolucionária. Os antagonismos são muitos e não encontram resposta para as questões que nasceram com o Homem.

> Igor Gonçalves

Estas foram algumas das questões abordadas no passado dia 5 de Março, no Teatro Cine da Covilhã, com a peça Los Bajos Fundos, apresentada no âmbito do XII Ciclo de Teatro Universitário da Beira Interior.
Os Jovens do Grupo de Teatro da Universidade de Castilla La Mancha, situado no Campus de Albacete, apresentaram uma peça em que as questões do Homem andam de mão dadas com o sentimento de frustração perante a vida. A adaptação foi feita a partir do texto de Máximo Gorki, escritor e activista político Russo dos finais do século XIX, princípios do século XX, em espanhol traduzido como “Los Bajos Fundos”.
A história narra a vida de um grupo de nobres arruinados, e de vagabundos miseráveis unidos pela frustração. Uma das personagens, Luka, um humanista passivo, considera que o homem não pode transformar a sua condição de vida. À sua resignação perante a vida, Gorki opõe a luta revolucionária para conhecer a verdade quotidiana, para transformá-la e transformar também o Homem, libertando-o.
Este autor, e portanto, esta peça enquadram-se na vertente de obras naturalistas, que consideravam o indivíduo como ser determinado pelo ambiente e pela hereditariedade.
No final de todas as peças que compõem o ciclo, é sempre aberta uma sessão de discussão entre os actores e encenadores, e o público. “Os textos são difíceis e esta foi a primeira vez que muitos dos actores participaram numa peça”, comentou o director, Paco Redondo, expressando-se na sua língua materna, o espanhol. Paco Queixou-se também da falta de apoios financeiros e da falta de hábito, por parte dos espectadores, de se dirigirem ao teatro. “Não há a cultura de ir ao teatro”, disse.
No final, pode considerar-se a peça como bem conseguida. O facto de ser a primeira vez que este grupo representou na cidade da Covilhã, a primeira peça para muitos deles, e as contrariedades da língua, que por vezes tornam difícil a percepção ao público dos acontecimentos, não foram suficientes para que o espectáculo deixasse de ter resultados positivos.


A peça que veio à Covilhã fala sobre resignação e luta revolucionária
A peça que veio à Covilhã fala sobre resignação e luta revolucionária


Data de publicação: 2008-03-18 00:01:00
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