Voltar à Página da edicao n. 423 de 2008-03-04
Jornal Online da UBI, da Covilhã, da Região e do Resto
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Perfil de Paulo Serra

> Eduardo Alves

Joaquim Paulo Serra tem 51 anos, é natural de Vales do Rio, uma freguesia do concelho da Covilhã e é professor desde os 22 anos. Licenciado em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, começou o seu percurso profissional no ensino secundário, passando pela Escola Secundária de Serpa, do Fundão, da Guarda e também pela Frei Heitor Pinto, na Covilhã. Termina o seu mestrado na área de Ciências da Comunicação em 1997, ano em que surge também “o convite para vir substituir um professor na UBI e acabei por ficar”.
Toda uma carreira dedicada ao ensino leva-o a ter uma leitura “algo crítica do que se tem feito nos últimos 30 anos”. Sobretudo porque “parece que não tem havido uma política bem definida para este sector”. É evidente que no tempo da ditadura, “que nós não queremos ver regressar nem por nada, a política ditatorial impunha uma linha que as instituições eram obrigadas a seguir. Depois do 25 de Abril, com a natural anarquia que se segue a um processo de Liberdade, houve uma espécie de liberalização selvagem, sobretudo no superior, com a criação de curso, onde se assistiu à abertura de instituições um pouco por todo o lado”. Recorda que “sobre isso escrevi inclusive uma vez que a minha aldeia também queria ter uma universidade. Naquela época qualquer cidade e vila queria ter uma instituição superior”. Na sua perspectiva, os tempos actuais correm no sentido de “haver uma tentativa de reestruturação que não sei se vai por um caminho correcto. Isto porque não é a mesma coisa haver uma universidade na Covilhã ou dez em Lisboa, tem de se atender às especificidades das regiões e existem situações diferentes. Aqui temos de lutar contra assimetrias, desigualdades”.
Para além do ensino o desporto “é outra grande paixão e cheguei a ter uma prática quase profissional, não em termos de ganhar dinheiro, porque isso nunca o fiz com o desporto, mas em termos de ocupação de tempo onde treinava vários dias e horas. Neste momento faço um treino de manutenção, alguns dias na semana e basicamente passa por correr, andar e fazer algum exercício físico. Cada vez acho mais razão aos gregos e aos romanos com ‘mente sã e corpo são’. Não é por acaso que os gregos inventaram a Filosofia mas também os Jogos Olímpicos”.
Outra das paixões é o cinema e o seu favorito é “O Padrinho”. “É difícil em termos de arte dizermos qual o melhor de tantos filmes mas este título, de facto, marca, tem algo de especial. Gosto como realizadores, do Coppola, mas também do Hitchcock. Conheço menos bem estes realizadores mais recentes, mas gosto muito do David Lynch, entre outros”. Ainda assim, Serra diz que “nos últimos anos, ao contrário do que acontecia quando era estudante, tenho ido menos ao cinema. Quando era estudante morava junto a uma conhecida sala de cinema em Lisboa, chamada o Quarteto, que tem ainda hoje quatro salas a funcionar em simultâneo e com várias sessões por dia. Por vezes acontecia-me sair da sessão da três ir para a das cinco e por aí fora”.

“Há toda uma possível linha de colaboração com empresas”

“O futuro tem de ser uma fase de estabilização e consolidação”

“Acho que há a possibilidade de crescimento noutras áreas”






Data de publicação: 2008-03-04 00:00:00
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