Voltar à Página da edicao n. 419 de 2008-02-05
Jornal Online da UBI, da Covilhã, da Região e do Resto
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Vítor Cavaleiro apresentou as suas provas de agregação na UBI

Os bons exemplos da engenharia

Na lição que fez parte das provas de agregação, Vítor Cavaleiro, docente da UBI, falou sobre bons e maus exemplos de planeamentos de obra no que respeita à engenharia. O docente sublinhou a importância deste tipo de trabalhos a vários níveis, sobretudo, de segurança.

> Eduardo Alves

Vítor Cavaleiro, presidente da Unidades de Ciências da Engenharia da UBI apresentou na passada semana as suas provas de agregação à instituição covilhanense. Durante dois dias, o docente da UBI falou sobre a área da Engenharia Geotécnica, à qual tem dedicado grande parte das suas investigações.
Cavaleiro debruçou-se essencialmente “num trabalho que versou sobre a importância de estudar previamente o terreno onde se vai executar uma obra e também mostrar as técnicas de reconhecimento do terreno”. Segundo o docente esta “trata-se de uma área recente e onde é fundamental conhecer os métodos e as técnicas na caracterização geotécnica dos terrenos” para além disso, a lição apresentada por Cavaleiro passou também por “referenciar as vantagens e inconvenientes de cada um destes métodos ou técnicas”.
Segundo este docente “grande parte dos acidentes que ocorreram em grandes obras da Engenharia, quer em túneis, quer em barragens, quer noutro tipo de obras, devem-se sobretudo ao desconhecimento dos terrenos, por um lado e por outro, à não adequação dos métodos indicados pelo projectista”. Em muitos dos casos, “o construtor pensa que segue os métodos dele e isso é muito mau porque depois surgem problemas de obras. São já conhecidas obras de engenharia de grande vulto como a barragem de Malpassé, nos alpes franceses, que em 1959, e devido ao desconhecimento de uma falha geológica, acabou por colapsar e provocar a morte a centenas de pessoas que estavam a jusante. Quatro anos depois, nos alpes italianos, a barragem de Vaiont, acabou também por ruir e provocar a morte a 2500 pessoas, neste caso, devido a erros de construção”, explica o docente.
Daí que esta aula “fosse no sentido de alertar para a necessidade de estudar muito bem o terreno, construir depois de todos os estudos e seguir os métodos indicados pelo projectista. Caso contrário, essa obra dará problemas”, garante Cavaleiro. O docente da UBI serviu-se de casos da região para provar isso mesmo, como “o túnel da Gardunha, onde o emboquilhamento Norte, por questões de insuficiência de estudos relativamente ao tipo da estrutura geológica e um desconhecimento da superfície piezométrica, levou a que este problema tivesse atrasado a obra, o túnel do Monte do Bispo, onde houve sondagens geotécnicas, mas o método construtivo não foi o proposto pelo projectista e resultou num atraso da obra superior a seis meses e o Complexo Desportivo da Covilhã, por falta de estudos de prospecção atrasou também a obra em vários meses”.
Mas há também exemplos positivos como o da Barragem do Sabugal. Uma empreitada “que teve alguns problemas, como o colapso de uma das partes em terra, durante a construção, num período onde se registaram grandes chuvas, mas ainda assim a obra terminou de forma segura e antes do tempo,” sublinhou o docente.


Vítor Cavaleiro apresentou as suas provas de agregação na UBI
Vítor Cavaleiro apresentou as suas provas de agregação na UBI


Data de publicação: 2008-02-05 00:00:00
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