Falta de tarefeiras em escolas indigna pais

A Direcção Regional de Educação do Centro (DREC) prometeu analisar e resolver, na passada semana, as várias situações relacionadas com a falta de tarefeiras em escolas dos concelhos de Guarda e Manteigas.

A directora regional adjunta, Helena Libório, refere numa nota enviada à Agência Lusa que "todas as situações reportadas, sendo devidamente justificadas, serão analisadas e resolvidas", adiantando que foi já ultrapassada a situação da EB1 de Santa Zita, na Guarda.
O Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC) acusou na passada semana, a Direcção Regional de Educação do Centro de dispensar cerca de 20 tarefeiras que apoiavam "largas dezenas" de alunos de escolas do primeiro ciclo e básicas com problemas de audição, dificuldades de mobilidade, autismo e trissomia 21, entre outros.
A sindicalista Sofia Monteiro considerou tratar-se de uma situação incompreensível verificada em escolas dos concelhos de Manteigas e Guarda. A delegação da Guarda do Sindicato dos Professores da Região Centro mostrou-se descontente com a medida, admitindo que "o apoio em permanência é condição para as crianças estarem nas escolas, de acordo com o princípio da escola inclusiva".
Numa nota enviada à comunicação social, a directora regional adjunta da Direcção Regional de Educação do Centro esclarece as razões que explicam os problemas verificados. Refere que em 21 de Dezembro os Órgãos de Gestão das escolas "foram informados que as horas de assalariados, destinadas a superar carências de pessoal para limpeza e/ou acompanhamento de alunos com necessidades educativas especiais, seriam atribuídas mensalmente, em função do estudo entretanto efectuado pelas Equipas de Apoio às Escolas que verificaram as necessidades dos estabelecimentos, caso-a-caso".
Helena Libório acrescenta que entre os dias 26 e 28 de Dezembro, "a Direcção Regional de Educação do Centro informou as escolas do número total de horas atribuídas, salvaguardando, porém, que eventuais dificuldades iniciais, decorrentes da alteração da metodologia até então seguida, seriam analisadas, sendo fundamental o empenho e a colaboração dos Conselhos Executivos". "Apenas hoje, após as 18 horas, chegaram ao conhecimento da Direcção Regional de Educação do Centro, através de fax, as situações reportadas pelas escolas/agrupamentos da Guarda", lê-se na mesma nota, onde é garantido que "todas as situações reportadas, sendo devidamente justificadas, serão analisadas e resolvidas".
Recorde-se que alguns pais, na passada semana, mostraram-se indignados com esta medida. Como é o caso de António Garcês, residente em Manteigas, que tem um filho de 12 anos com 95 por cento de incapacidade, que disse à Lusa que esta decisão “não se enquadra com aquilo que a gente ouve dizer, que o ensino é para todos”.