Voltar à Página da edicao n. 413 de 2007-12-25
Jornal Online da UBI, da Covilhã, da Região e do Resto
Director: João Canavilhas Director-adjunto: Anabela Gradim
 

A Minha Vida Sem Mim

> Urbi

“Algumas pessoas não conseguem levar a vida que os outros querem que elas levem. Por mais que tentes, não consegues. É duro. Amas alguém e sabes que não consegues fazê-las felizes. Tu ama-las, mas não consegues fazer com que sejam amadas.”
A citação provém do filme “A minha vida sem mim” e chega até às raízes mais profundas da mente humana, àquilo que nos move, à nossa incapacidade em demonstrar os nossos afectos, e à surpresa com as nossas próprias atitudes em situações limite. Reflecte também o desespero que conduz a nossa acção e nos traz aquela força que pensamos não ter. Realizado por Isabel Coixet, e com produção de Pedro Almodôvar, o filme conta a história de Ann, de 23 anos, que vive com as suas duas filhas e o seu marido desempregado. Ann descobre, de repente, que tem apenas 2 meses de vida, e elabora uma lista de coisas que ainda gostaria de fazer. Não conta a ninguém e, ao contrário do previsível, não tenta lutar contra a sua morte, mas sim assegurar o futuro das suas filhas, do seu marido e da sua mãe, para que a sua ausência não vá alterar o percurso das suas vidas. Fazer com que alguém se apaixone por ela todos os dias é um dos seus principais objectivos antes de morrer.
Esta produção independente é um filme que nos faz pensar, ideal para quem não se contenta apenas com os dramas “hollywoodescos” em que tudo é detalhadamente explicado, e que não pedem do espectador qualquer tipo de reflexão. “A minha vida Sem Mim” destaca-se pela simplicidade dos temas, como a morte e o amor, e pela complexidade da personagem principal, que consegue manter sempre a sensatez e a conformidade do seu próprio destino. É notável também a sua esperança e persistência em lutar, não pela própria vida, mas pela garantia da felicidade dos seus próximos e de consertar tudo antes de partir.
Uma produção que, inevitavelmente, nos faz reflectir sobre a vida, sobre a insignificância dos problemas que nós próprios criamos, ao invés de darmos valor àquilo que já possuímos, e de cuja importância não nos damos conta.
Este filme cria em nós a necessidade de mostrar amor a todos aqueles que nos são queridos, e ensina-nos a enfrentar a morte de uma forma diferente.






Data de publicação: 2007-12-25 00:00:00
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