Voltar à Página da edicao n. 412 de 2007-12-18
Jornal Online da UBI, da Covilhã, da Região e do Resto
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Multimédia e novos profissionais no webjornalismo

As novas profissões ligadas à presença dos media na Internet e as aplicações de elementos multimédia no “ciberjornalismo” foram os temas expostos numa comunicação de um docente da Universidade Ramon Llull (URL)

> Mário Matos

Numa conferência destinada exclusivamente aos alunos de webjornalismo, Josep Lluís Micó, docente da URL, investigador e jornalista apresentou, no passado dia 10, um olhar centrado no futuro do webjornalismo, transformações e estratégias que podem ser adoptadas para lidar com o novo paradigma do jornalismo na internet.

Josep Micó reconhece a existência “de uma crescente preocupação em incorporar elementos multimédia nas peças, apesar de estas ferramentas não estarem a ser totalmente aproveitadas”, afirma o investigador. No campo da diversificação de plataformas de suporte à notícia, o docente destaca o pioneirismo do site e-noticies que entendeu o conceito de jornalismo na internet e, por esse motivo, “realiza um bom trabalho de campo na recolha de informação, funcionando como uma agência de notícias dada a rapidez de actualização e rigor na abordagem aos acontecimentos”. Ainda no sentido de dinamizar a abordagem jornalística aos factos, o docente aponta a convergência de meios como uma vantagem, dando o exemplo de sucesso da CCRTV em Espanha, voltando a referir o caso do e-noticies.

O jornalismo do cidadão foi outro dos pontos abordados. Para o investigador, “o jornalismo participativo contribui para a degradação do conteúdo das notícias”. Josep Micó defende que deve ser considerado fonte e “um bom ponto de partida para o jornalista, mas nunca jornalismo, uma vez que se trata de um texto escrito por um indivíduo alheio à profissão, códigos e regras jornalísticas”, justifica.

Numa segunda parte da sua apresentação, o docente expôs as novas profissões inerentes ao aparecimento do webjornalismo, deixando o alerta de que “os ciberjornalistas são os que mais trabalham, os que têm os salários mais baixos e os menos considerados profissionalmente”. Para solucionar este problema, o investigador afirma que existe a necessidade de “criar um grupo de ciberjornalistas que pressione as instâncias profissionais, a fim de estabelecer uma posição de força junto dos media”.

Com o objectivo de conhecer os novos profissionais emergentes nos meios de comunicação online, Josep Micó explicou sumariamente os nove perfis mais comuns detectados através de várias investigações realizadas no seio dos meios de comunicação com forte presença online.

No que concerne às transformações operadas nas redacções dos meios digitais, o docente apontou a convergência de meios, extinção de postos de trabalho especializados e jornadas laborais mais longas como as mudanças fundamentais. O investigador reforçou ainda “a importância de uma reciclagem e formação contínuas como único caminho para manter os conhecimentos técnicos actualizados”, concluindo que “a digitalização é boa, não para trabalhar menos, mas de outra forma”.






Data de publicação: 2007-12-18 00:00:01
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