Voltar à Página da edicao n. 410 de 2007-12-04
Jornal Online da UBI, da Covilhã, da Região e do Resto
Director: João Canavilhas Director-adjunto: Anabela Gradim
 
A mostra está patente ao público no edifício Arte e Cultura

Memórias de um fotógrafo

O Espaço Arte e Cultura tem patente até esta sexta-feira, a exposição de Pedro Galhano intitulada “Paisagem Urbana”. Com este registo fotográfico, Pedro Galhano dá a conhecer uma Covilhã dos anos 70 e 80, contrastando com imagens do presente.

> Joana Barata

“Paisagem Urbana” é o título da exposição fotográfica que se encontra patente no Edificio Arte e Cultura, na Covilhã. O trabalho é da autoria do fotógrafo Pedro Galhano. O artista, natural da Covilhã, iniciou a sua carreira como fotografo aos 18 anos. A necessidade de alargar novos horizontes levou o jovem fotógrafo rumo à grande capital. Foi aí que trabalhou directamente como fotojornalista em alguns jornais nacionais, e posteriormente em revistas de moda e decoração. Mas por motivos pessoais viu-se forçado a regressar à cidade que o viu nascer. Desde então, tem exposto alguns dos seus trabalhos aqui na Covilhã.
Pedro Galhano define esta mostra como “uma parte do meu trabalho artístico”. A exposição “Paisagem Urbana” surge da profunda ligação entre o artista e a cidade. “Eu sou da Covilhã, mas como estive 15 anos fora, senti a necessidade de pôr a Covilhã em ordem”, afirma. “Esta exposição reúne sítios da minha infância, é uma cronologia do antes e do depois. Era a minha vida na Covilhã aos cinco anos de idade, e a Covilhã, agora, aos 43 anos”, explica.
A solidão e a nostalgia foram sentimentos que levaram Galhano a retratar a cidade. “Eu hoje sinto-me só por trabalhar na fotografia, aqui no interior, e nostalgia porque quando estava em Lisboa tinha saudades da minha terra”, garante. A Covilhã sempre fascinou o artista, que conta já com um vasto reportório fotográfico da Covilhã dos anos 70, 80 e 90. A sua obra comtempla espaços como antigas fábricas de lanifícios, e dela fazem parte registos a preto-e-branco. São espaços que se perderam no tempo mas que ficam para sempre imortalizados na fotografia, que Pedro Galhano descreve como “Lugares de uma vida”.
Preocupado com a falta de aposta na cultura, especialmente na região da Beira Interior, Pedro Galhano desabafa: “não há mentalidade. Ainda no outro dia pediram-me um orçamento e disseram-me logo que era muito caro”. “Há três ou quatro anos, quando vim de Lisboa eu já tinha desenvolvido um vasto trabalho. Fiz reportagens, conheci muita gente do panorama artístico nacional. Era um mundo para mim de constante movimento e acção. Depois volto à minha terra onde encontro solidão, que é isso que está aqui reproduzido. Falta gente!” explica.
Deste trabalho, Pedro Galhano também captou a forma como novos elementos arquitéctonicos se transformaram com o passar dos anos. “Antes as pontes serviam como ligação, hoje essas estruturas servem como elemento decorativo. Procurei estabelecer uma ligação entre o urbano mais antigo e o urbano moderno”, sustenta o autor. Todo este trabalho tem para o artista uma conexão entre os espaços fotografados e as suas memórias. “Todas as fotografias têm uma história. O mais trabalhoso desta exposição foi arranjar elementos de ligaçao tratando-se de espaços distintos”.


A mostra está patente ao público no edifício Arte e Cultura
A mostra está patente ao público no edifício Arte e Cultura


Data de publicação: 2007-12-04 00:01:00
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