Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 410 de 2007-12-04 |
"As beiras são uma das zonas de Portugal mais influenciada pela cultura judaica" diz Antonieta Garcia ao se referir à "longa e maioritária presença dos judeus" nesta zona do interior em terras como Penamacor, Covilhã e em especial Belmonte onde no século XVI se instalou uma comunidade de criptojudeus, assim denominados por, apesar de dizerem convertidos ao Cristianismo, terem praticado a sua religião em segredo isolados dentro da comunidade, devido às perseguições religiosas. Apenas no século XX viriam a estabelecer contacto com os judeus de Israel e a oficializarem o judaísmo como sua religião. Para a investigadora, "o passado histórico desta zona, assim como a sua identidade cultural e popular não podem deixar de ser vistos em relação com a cultura judaica que aqui se enraizou".
Em Belmonte, onde em 1997 foi construída a Sinagoga, foi em 2005 inaugurado o Museu Judaico onde são exibidas mais de cem peças religiosas assim como artefactos do quotidiano e das profissões características dos Judeus de Belmonte, denominados Marranos. O Museu está neste momento também a constituir uma unidade de documentação e investigação judaica.
Na Covilhã, o Gabinete Técnico Local da Câmara Municipal da Covilhã (GTL) está a concluir o Plano de Pormenor da Judiaria com a intenção de requalificar e recuperar os arruamentos e espaços públicos da Zona da Judiaria localizada no centro da cidade próxima da garagem de S. João. As obras estão a ser acompanhadas por um arqueólogo e por membros da comunidade judaica de modo a garantir componente cultural do processo e a salvaguardar potenciais achados. Foi aliás, neste contexto, que o Rabino do Porto Daniel Litvak se deslocou à Covilhã nesta Quinta-Feira, situação que a organização do "Troca de palavras com…" viu como oportunidade para integrar a sessão dessa noite sobre as religiões.
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