Voltar à Página da edicao n. 407 de 2007-11-13
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Duas listas concorrem à associação do Paúl

Eleições nos Produtores Florestais com duas listas

Pela primeira vez na história da Associação de Produtores Florestais do Paul, duas listas vão concorrer aos órgãos sociais. A candidatura A, liderada por António Covita, presidente da direcção cessante, quer assegurar a continuidade dos projectos. A sua opositora, a lista B, liderada por Carlos Ramos, acusa a direcção cessante de má gestão e despesismo.

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Um dos marcos da vila é a sua pujança associativa. Recorde-se que entre grupos musicais e associações ascende a cerca de uma dúzia estes actores sociais e culturais da freguesia. Mas também não é menos verdade que na altura da constituição das listas destes organismos há dificuldades em encontrar novos dirigentes associativos e não há memória de haver mais do que uma lista.
Ora, na Associação de Produtores Florestais do Paul (APFP), esta tendência inverteu-se com o aparecimento de duas candidaturas aos seus órgãos sociais. Desde logo a polémica emergiu com acusações mútuas sobre o funcionamento desta associação.
Para António Covita, que nos últimos anos tem estado à frente da APFP o trabalho está à vista. “ Foram feitos quatro mil hectares de floresta devidamente compartimentados e plantados. É um orgulho para esta associação, que é a única do País que tem esta área agrupada numa zona de minifúndio. Fizemos cerca de cem quilómetros de caminhos abertos e beneficiados. Fizemos ainda cerca de quarenta hectares de limpeza de matos e além disso foi feita uma rede viária, limpamos as suas laterais, que é a melhor maneira de combater fogos florestais. Quero também agradecer às equipas de sapadores florestais da APFP tudo o que fizeram por esta casa” assegura o presidente da direcção cessante.
Antes de desmentir as acusações de lista opositora, este dirigente associativo fez questão de mencionar o louvor atribuído a esta associação pelos responsáveis do Projecto Life, já concluído, e que tinha como principal objectivo a recuperação e conservação de habitats prioritários no sítio da Serra da Estrela, presentes na Reserva Biogenética e zona envolvente, promovendo a sua utilização sustentada por parte das populações, através das formas tradicionais de utilização dos recursos naturais.
Quanto à constituição da Lista B, na presidência da direcção tem Carlos Ramos, actual tesoureiro da Junta de Freguesia do Paul. Na Assembleia-geral candidata-se a presidente Joaquim Camilo. Já no Conselho Fiscal, Domingos Beato pretende presidir.
“Má gestão. Despesismo. Clientelismo. Situação financeira caótica com um endividamento muito elevado e um passivo na ordem dos 800 mil euros. Uma associação sem rumo e só de alguns”. São as afirmações mais fortes relativas ao funcionamento da APFP, subscritas por Carlos Ramos que lidera a Lista B. “ Está nas nossas mãos virar a triste e conflituosa história desta associação. A minha candidatura tem como principal objectivo dar aos proprietários florestais um rendimento digno. Se assim não for, falharemos” garante este candidato, que de seguida traça o rumo que quer dar à associação se a sua lista for a vencedora. “Queremos fazer uma gestão florestal e agrícola sustentável e ainda desenvolver actividades como a consultoria técnica, elaboração de cartografia digital, estabelecer uma base de dados para a zona de influência da associação. Pretendemos reforçar e estabelecer parcerias de interesse mútuo com outras instituições e contribuir nas acções de defesa da floresta contra incêndios. Quanto à prevenção é uma aposta forte da nossa lista e procuraremos dar continuidade à Zona de Intervenção Florestal (ZIF) e iremos candidatarmos a mais onde todos possamos caber” esclarece Carlos Ramos.
Já António Covita, da Lista A, é peremptório: “quanto às acusações que faz a outra lista desminto-as. Não houve despesismo nem clientelismo. Não considero que tenha havido má gestão. Só quem não tem os pés bem assentes na terra é que pode fazer estas afirmações. Posso garantir que o passivo apontado nem sequer chega a metade do que foi anunciado, porque na verdade ainda há muito dinheiro para entrar na associação. Lamento que o outro candidato, que até não é proprietário florestal tal como os estatutos da associação exigem, venha publicamente fazer estas acusações sem fundamento. Quero deixar claro que, as contas de 2006 foram aprovadas em Assembleia-geral, com vinte cinco votos a favor cinco contra e três abstenções” sublinha este dirigente associativo.
A Lista A é constituída pelo candidato à presidência da direcção António Covita. Na Assembleia-geral candidata-se a presidente Carlos Gomes. Já no Conselho Fiscal Filipe Borges pretende presidir este órgão.
Numa perspectiva de futuro, António Covita, caso vença as eleições, pretende dar continuidade aos projectos em curso. “ Estamos numa zona de minifúndio, por isso não é fácil pegar em proprietários que têm trinta metros quadrados e agrupá-los em projectos de duzentos ou trezentos hectares. Por isso todos os projectos são importantes e estão adequados para a nossa área intervenção. Neste contexto manter e consolidar estes projectos é para nós uma das prioridades. Depois é avançarmos para a ZIF. Aliás, existe já uma candidatura para a criação desta ZIF que abrange Casegas, Paul, Barco e Coutada, numa área aproximada de dez mil hectares. Por isso para nós é importante dar continuidade ao trabalho desenvolvido nos últimos anos” argumenta o líder da candidatura A.
Assim, no próximo domingo, 11, duas listas apresentam-se a sufrágio. Os associados da APFP têm nas suas mãos, ou melhor no voto, o destino desta associação.


Duas listas concorrem à associação do Paúl
Duas listas concorrem à associação do Paúl


Data de publicação: 2007-11-13 00:00:00
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