Voltar à Página da edicao n. 405 de 2007-10-30
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A Região de Turismo da Serra da Estrela pode vir a fechar as suas portas

Serra perde Região de Turismo

A proposta de lei que contempla apenas cinco regiões de turismo no País não é bem aceite na Serra da Estrela. O presidente da RTSE, Jorge Patrão, diz que assim destroem-se as principais marcas turísticas nacionais, entre as quais a Serra. Autarquias e associações teme que, no futuro, a Estrela deixe de ter a promoção desejada.

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O presidente da Região de Turismo da Serra da Estrela (RTSE), Jorge Patrão, contesta a proposta de lei para reorganização do sector em cinco regiões que acusa de "destruir as principais marcas turísticas portuguesas. A mais recente versão da proposta em estudo pelo Governo chegou na passada semana à RTSE e prevê que as actuais regiões de turismo dêem lugar a cinco que correspondem às cinco divisões do país em NUTS II: Alentejo, Algarve, Centro, Lisboa e Norte.
"A RTSE está contra porque, pela primeira vez em 70 anos de políticas de turismo, tentam-se destruir as principais marcas turísticas portuguesas, tais como a Serra da Estrela, Douro, Fátima, ou outras", realça Jorge Patrão. "Não há aqui nada que fale destas regiões. Só se fala de NUTS II, mas isso não são realidades turísticas", refere o presidente da RTSE, que contesta especialmente o facto da Serra da Estrela desaparecer, passando a existir apenas a região Centro. "Isso significa secundarizar o Interior, reforçar o Litoral e a tendência do País caído para o mar", alerta, recusando-se a admitir que a divisão NUTS II possa ser benéfica para a Serra da Estrela. "Com esta proposta, a marca turística passa a ser Centro e a Serra da Estrela perde a autonomia. Pensar desta maneira o turismo é um erro crasso aqui e no resto do País", sublinha.
Jorge Patrão reconhece, no entanto, que o actual mapa de regiões de turismo não serve o País. "Mas copiar as divisões administrativas não é solução", refere. "Aliás, são poucos os países onde essas divisões coincidem com o mapa turístico".
"Por isso apoiámos quase todo o mapa que foi proposto em Novembro de 2006", já a propósito da revisão em estudo, "em que se dividia o país em 10 regiões, baseadas nos produtos turísticos".
Essa versão, a que Agência Lusa teve acesso, previa uma região de turismo Interior, do Douro ao Tejo, com a designação Serra da Estrela e Beiras. "Depois desse mapa tem havido avanços e recuos, não percebemos bem porquê", lamenta.
Um outro documento, a que a Lusa também teve acesso, chegou à Associação Nacional das Regiões de Turismo (ANRET) a 12 de Outubro, em que a proposta de lei indicava cinco regiões de turismo e as suas sedes. Eram propostas as regiões de turismo Porto e Norte de Portugal, com sede em Viana do Castelo; Centro de Portugal com sede na Guarda; Lisboa e Vale do Tejo com sede em Santarém; Alentejo com sede em Beja e Algarve com sede em Faro. "A versão mais recente que recebemos já não tem nenhuma dessas informações. Nem indica o prazo para aplicação das mudanças", refere Jorge Patrão.
A Serra da Estrela é um dos pólos de atracção turística definidos pelo governo no Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT), apresentado em Janeiro de 2006.
O PENT tem como objectivos assegurar até 2015 um aumento da contribuição do turismo para o Produto Interno Bruto (PIB) nacional, incrementar o emprego qualificado e acelerar o crescimento do sector em todo o território, além dos pólos turísticos tradicionais (Algarve, Porto, Lisboa e ilhas).


A Região de Turismo da Serra da Estrela pode vir a fechar as suas portas
A Região de Turismo da Serra da Estrela pode vir a fechar as suas portas


Data de publicação: 2007-10-30 00:00:00
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