Aeroclube com cursos de asa delta e ultra-leves

O objectivo é reactivar as modalidades, que em tempos tiveram expressão na região. Se houver inscrições suficientes, as aulas começam já em Outubro.

A partir deste mês o Aeroclube da Covilhã vai passar a disponibilizar cursos de asa delta e ultra-leves pendulares, pela mão do instrutor Miguel Santana, proprietário da Escola Delta Clube Estoril. As inscrições estão abertas e, assim que haja um mínimo de três interessados, as aulas começam, em função da disponibilidade dos formandos.
Miguel Santana, de 45 anos, está na Covilhã desde o início do Verão, onde é co-piloto comercial de combate a incêndios. Mas pratica paraquedismo desde os 16 e desde os 18 que se aventura na asa delta e nos planadores. Um gosto que o levou a tornar-se instrutor. Habituado a fazer provas na região, nos anos 80, mostra-se surpreendido com a actual “inactividade”das modalidades. Por isso aceitou o convite do Aeroclube local para “reactivar uma coisa que está morta há muitos anos”.
O protocolo com o Aeroclube da Covilhã deve ser assinado esta semana e prevê, no prazo de quatro anos, que a Covilhã venha a ter uma escola certificada para o ensino da modalidade. Até lá, o objectivo é ir cativando praticantes e formar pilotos.
“Há aqui condições de excepção para a prática destas modalidades. Não percebo como é que a Serra da Estrela pode ser completamente omissa nesta matéria, quando o crescimento das actividades poderia trazer mais gente à região”, lamenta o piloto. “Há que implementar esta maneira fabulosa de descobrir a paisagem”, defende Miguel Santana, para quem as condições atmosféricas e térmicas são favoráveis a estas modalidades, permitindo fazer grandes distâncias.
Desde que está na Covilhã, no combate a incêndios num ano de pouco trabalho, o experiente instrutor e praticante diz só ter visto uma única pessoa com um planador. Um cenário que espera ver alterado dentro de alguns meses. Até porque, realça, as condições para o arranque dos cursos serão vantajosas, já que os preços cobrados caem para metade do habitualmente praticado.
A formação em asa delta vai rondar os 800 a 900 euros, com as obrigatórias 12 aulas práticas. O valor pedido a quem queira ser piloto de ultra-leves rondará os dois mil euros. Metade dos quatro a cinco mil que habitualmente custam estes cursos, com 20 horas de voo.
Quando esta fase estiver em pleno funcionamento, Miguel Santana perspectiva a possibilidade de se poderem vir a fazer, também, voos de baptismo ou panorâmicos, para quem queira ver a cidade noutra perspectiva.