Voltar à Página da edicao n. 400 de 2007-10-02
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A venda de cebolas é a imagem de marca desta feira

Feira da cebola continua no Tortosendo

É uma das mais antigas e tradicionais feiras da região. Este ano, a Feira de São Miguel no Tortosendo, voltou a contar com muita gente, sardinha assada, cebolas e, claro está, chuva.

> Eduardo Alves

Dizem os antigos, que “não há São Miguel sem sardinha, nem gota de água”. Este ano, a tradição voltou a ser o que era e a vila do Tortosendo ganhou o cheiro da sardinha assada e a visita das primeiras chuvas da época.
As labirínticas ruas do Bairro do Cabeço voltaram a encher-se de feirantes, de pessoas e dos mais diversos produtos. A 29 de Setembro, dia de São Miguel, é dia de festa na maior freguesia do concelho da Covilhã. Sardinha assada e batata cozida é a ementa obrigatória dos habitantes da freguesia.
Mas o que marca mais este dia é, sem sombra de dúvida, a feira. Um certame já com vários séculos de vida que coincidia com o início do Outono. Esta feira, marcadamente rural, tem vindo a perder as suas raízes e está cada vez mais transformada num vulgar mercado. Ainda assim, alguns agricultores continuam a marcar presença para a venda das cebolas, alhos, nozes e sementes. Este aspecto rural é também sublinhado pela venda de alfaias agrícolas e máquinas para a lavoura. A juntar a tudo isto, alguns produtos artesanais conferem a identidade secular deste certame.
A contrastar com todas estas tradições estão os novos produtos. Desde o calçado, passando pelo vestuário e filmes pirateados que são vendidos junto a meia dúzia de chapéus de chuva, e terminando o périplo nos pregões que vendem dúzias de pares de meias “por uma nota de cinco”. Toda uma “vasta gama” de novos produtos onde não podiam deixar de estar as “marroquinarias”.
Esta dupla faceta de um mercado secular chama milhares de pessoas à vila, no dia do santo padroeiro. O São Miguel traz as cebolas e a sardinha assada, mas também a chuva. Joaquim Maurício, agricultor natural da vila dos lanifícios vem todos os anos vender cebolas e alhos para o São Miguel, “e todos os anos conto com a chuva”. Quando não chove “já nem a feira corre da mesma maneira”. Segundo os responsáveis pela freguesia, este é um ano marcante, até porque, esperam ser o último ano em que o certame decorre nas labirínticas rua do Bairro do Cabeço.
Para o futuro, que as promessas políticas dizem ser já no próximo ano, está projectado um parque de feiras, junto ao bairro. Ruas amplas e um pavilhão multiusos vão nascer num terreno próximo de onde actualmente se realiza o São Miguel. O projecto há muito que foi anunciado, espera-se agora a concretização.


A venda de cebolas é a imagem de marca desta feira
A venda de cebolas é a imagem de marca desta feira


Data de publicação: 2007-10-02 00:05:00
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