Voltar à Página da edicao n. 392 de 2007-08-07
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Perfil

> Ana Albuquerque

Teresa Monteiro, de 57 anos, e Óscar Monteiro, de 62, são o casal de livreiros que as instalações da Universidade da Beira Interior (UBI) conhecem há nove anos. Naturais da Covilhã, Teresa e Óscar deixam para trás um curso de psicologia no ISPA e um curso de Engenharia Civil no Instituto Superior Técnico, respectivamente, para se casarem.
Antes da livraria, surgem os filhos. Teresa Monteiro entra numa sociedade familiar (ginásio de ginástica passiva), enquanto que Óscar Monteiro vai para a tropa. Depois do desenho profissional e da banca, participa na fundação da Escola Profissional de Música (a actual EPABI), da qual foi o primeiro director administrativo, enquanto presidiu ao Conservatório de Música. A livraria foi a última aposta de ambos, desde a primeira loja na Avenida Marquês d´Avila e Bolama à pequena livraria no pólo 1, a biblioteca da UBI é a “última paragem”.
À música clássica devem os seus gostos musicais. Óscar divide-se entre sinfonias e música coral, salientando que as suas preferências musicais, dentro deste género em particular, têm evoluindo com a idade. Teresa destaca Mozart e junta um gosto especial por música barroca. Na música portuguesa, é o fado que encanta a ambos. Quanto à leitura, não fazem dela uma prática constante. Óscar confessa nunca ter tido o gosto pela “leitura pura”. O “vício de ler”, que diz não ter, é colmatado pela leitura regular de literatura informativa ou técnica, ou ainda leitura sobre os seus hobbies. Em outros tempos, achara graça em ler os catálogos das editoras: “O que era útil, pois quando um cliente nos perguntava algo sobre determinado livro, já tinha noção a que editora pertenceria”. Já Teresa não dispensa um “bom romance, que prenda realmente as pessoas”. Em literatura, as primeiras páginas são determinantes para Teresa. Gosta de livros que permitam reflectir e conversar com os outros sobre esse mesmo livro. Por tudo isto, elege Saramago.
Quanto às artes da representação, Óscar mantém um certo distanciamento, considera-se pouco entendido na área e “não gosto de ir ver uma história só por ver”. Ambos privilegiam uma “boa história” e, por isso, Teresa diz ser muito selectiva. Já no que diz respeito às artes plásticas, apreciam a simplicidade, onde encontrem algo com que se identificam e que reconheçam. “Eu gosto de um bom quadro, mas para mim um bom quadro termina no impressionismo”, refere Óscar, reconhecendo, no entanto, que existem boas obras de arte contemporâneas. A sua mulher partilha das mesmas preferências neste âmbito, acrescentando o gosto pelo desenho e a admiração pela arquitectura moderna. Nesta última destaca a capacidade da arquitectura de hoje para trabalhar o interior das habitações, e eleva-a relativamente às que a precederam. “Uma casa para mim é o seu interior”. Desta aprecia sobretudo a forma como trabalha a iluminação num espaço que será aquele “onde se vive e, por isso, terá de ser cómodo”.
A par das vivências e experiências tão diversas, Óscar e Teresa têm cultivado diferentes hobbies. Óscar, por influência familiar e gosto pessoal, entregou-se à pintura, ainda no tempo da tropa. Depois, veio a aquacultura e tudo o que estava relacionado com ela. Hoje, dedica-se aos bonsai, mas lamenta não ter descoberto mais cedo o que considera ser “uma arte e uma ciência”, pois gostaria de acompanhar o seu desenvolvimento por mais anos. Teresa destaca um gosto especial por conversar, alternando com leituras, música e caminhadas.

"Não temos uma relação próxima com o livro"

"Esta livraria é muito importante para a universidade"

"A Covilhã recuperou da crise por causa da universidade"






Data de publicação: 2007-08-07 00:00:00
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