A educação pela arte

Os processos de aprendizagem dos alunos e a criatividade com que os docentes podem contribuir para o ensino foram tema de uma tese de mestrado apresentada na UBI.

Ana Isabel Fernandes Ferreira apresentou na passada semana, na Universidade da Beira Interior, algumas perspectivas criativas para o ensino. A autora da tese intitulada "Os Caminhos da Aprendizagem" procurou demonstrar as possibilidades de um ensino diferente e cativante.
A forma como os alunos aprendem foi o ponto de partida para a tese de Ana Ferreira. Com base nos resultados escolares obtidos no final de cada período por alunos do primeiro ciclo do ensino básico, a investigadora comprovou que os melhores resultados aparecem associados às disciplinas da vertente mais artística. Partindo desta análise estudou intensivamente os processos de aprendizagem, nomeadamente quais as zonas do cérebro que intervém neste processo, o que lhe permitiu, posteriormente, "explicar os caminhos que os alunos podem seguir na aprendizagem".
A visão e a percepção, no sentido da perspectiva em que os adolescentes abordam os objectos, também estiveram em análise. A organização perceptiva foi uma das expressões utilizadas para explicar o facto de muitos alunos apenas se preocuparem em memorizar conteúdos como forma de estudo para um teste, em vez de os procurarem compreender.
Neste sentido, Ana Ferreira salientou a importância das artes e da criatividade que estas envolvem para a aprendizagem das restantes disciplinas. Quando questionada, acerca da forma como os docentes podem ser criativos nas ciências mais exactas, a investigadora apresentou algumas sugestões. "Por exemplo na matemática em vez de darem um problema para resolver, inverter o processo, dando o resultado e pedindo que formulem a questão. Na Língua Portuguesa poderiam dramatizar um texto. Tudo isto para que a brincar gostem daquilo que estão a fazer".
Depois do estudo mais teórico dos processos de aprendizagem, a autora da tese realizou ainda pequenos testes de identificação visual aos alunos de duas escolas de Viseu e Sabugal. Ana Ferreira terminou, deixando a certeza que a "arte é como um caminho, um processo, um método para atingir o sucesso escolar"
O júri destas provas foi composto por Manuel Joaquim da Silva Loureiro, professor associado da Universidade da Beira Interior, Maria de Fátima de Jesus Simões, professora associada da Universidade da Beira Interior e Ermida da Costa Figueiredo Branco da Ponte, tendo este atribuído o resultado final de aprovado com a classificação de Muito Bom.