Disciplinas de projecto deveriam ser as primeiras

João Monteiro, docente da UBI responsável pelas cadeiras de Desenho e Projecto em alguns cursos de Engenharia da UBI e Design Industrial acredita que os alunos deveriam ter um maior contacto com estas disciplinas, logo desde os primeiros tempos que entram nas universidades.

É na página do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT) que João Monteiro aponta as principais diferenças entre os cursos de Engenharia portugueses e anglo-saxónicos. “Para se ter uma ideia, os cursos de Engenharia no MIT, no primeiro semestre do primeiro ano contemplam logo o desenho, concepção e produção de três objectos, desde uma bomba de água, a um joystick e outros objectos”, adianta. Todos os alunos “têm obrigatoriamente de trabalhar com programas de desenho a três dimensões, têm de conceber objectos, têm de aplicar os princípios da Engenharia”.
Também é este o espírito que João Monteiro gostaria de ver implementado nos cursos portugueses. Segundo este docente, “os alunos têm contacto com este tipo de cadeiras, muito tarde”. Desta forma, a grande aposta das Engenharias “deveria de ir no sentido de passar logo para os primeiros anos, as cadeiras de Desenho e de Projectos”, algo que o docente garante já estar a seguido na UBI. Num futuro próximo, na instituição pode-se até optar “pelo que seria ideal, pela criação de um projecto por ano, concebido por cada aluno”.
O docente da instituição covilhanense recorre a uma frase de Michael Griffin, responsável máximo pela NASA para explicar que “a essência da Engenharia é conceber coisas para resolver problemas”. Foi com esse espírito que os alunos participaram também no Engenho 2007, este ano “com um carácter mais abrangente, que resultou do apoio incondicional do Departamento de Engenharia Electromecânica”.
É nas parcerias que João Monteiro também aposta, como “a que Portugal fez com o MIT, e que colocou a fasquia muito alta”. O desafio tem agora de ser ultrapassado e isso só se consegue, “com os alunos a serem desafiados logo desde cedo a conceberem novos objectos e a darem asas aos seus projectos”, garante o docente.

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