Voltar à Página da edicao n. 387 de 2007-07-03
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As chuvas dos últimos tempos acabaram por estragar o resto da colheita

Cereja com prejuízo de 10 milhões

Das oito mil toneladas de cerejas previstas para este ano, pouco mais de duas mil se vão salvar. Por isso, a autarquia pede ao Governo que crie linhas de crédito bonificadas que possam ajudar os produtores, já que há famílias inteiras a depender da cereja.

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A Câmara do Fundão e as associações de produtores de cereja da Cova da Beira vão pedir ajudas ao Governo devido aos prejuízos provocados pela chuva na produção daquele fruto, que estimam em 10 milhões de euros. O anúncio foi feito na passada semana, em conferência de imprensa pela Cercobe - Cooperativa de Fruticultores da Cova da Beira, e Apizêzere, que representam perto de 500 produtores dos concelhos de Belmonte, Covilhã e Fundão (encontrando-se neste último cerca de 70 por cento do total).
As associações estimam que das oito mil toneladas de cereja previstas para a campanha deste ano não se salvem mais de duas mil. A chuva provocou o fendilhamento da cereja, fenómeno em que a cereja fica rachada e que acontece todos os anos com parte da produção, "mas não com a dimensão" deste ano. "Esta é uma campanha perdida", refere Marque Francisco, director da Cercobe.
Este ano houve mais chuva e humidade que o normal, o que provocou prejuízos "só semelhantes aos de 1995 e 1997", em que o Governo accionou medidas de apoio, recorda Paulo Águas, da Apizêzere.
Segundo o presidente da Câmara do Fundão, Manuel Frexes, os prejuízos ascendem a 10 milhões de euros, "sem empolar o preço", salienta, referindo que foi considerado o preço base de dois euros por quilo. "Não queremos que o Governo suporte todos os prejuízos. Mas pedimos que active todos os mecanismos ao dispor" para que "os produtores não desanimem e abandonem os terrenos e para que garantam a capacidade de investimento para o próximo ano", refere o autarca. A criação de linhas de crédito bonificadas é uma das sugestões de Manuel Frexes, "tendo em conta que há centenas de famílias que vivem da cereja". Marques Francisco realça que os seguros não são solução, porque "não cobrem o fendilhamento." "É uma situação comum, pelo que as raras seguradoras que o fazem apresentam prémios proibitivos", explica. Por outro lado, as reduzidas margens de negócio "não permitem aos produtores criar fundo de maneio em anos de boa produção para lidar com campanhas perdidas".
A situação vai ser exposta numa carta dirigida ao primeiro-ministro, ao ministro da Agricultura e à Direcção Regional de Agricultura. Além de apoio da câmara e associações, pedem uma audiência com carácter de urgência com o ministro da Agricultura, Jaime Silva.


As chuvas dos últimos tempos acabaram por estragar o resto da colheita
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Data de publicação: 2007-07-03 00:00:00
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