Voltar à Página da edicao n. 386 de 2007-06-26
Jornal Online da UBI, da Covilhã, da Região e do Resto
Director: João Canavilhas Director-adjunto: Anabela Gradim
 
A exposição está aptente ao público até 9 de Julho

A Virgem das Castanhas em exposição

Um conjunto de 35 imagens está patente ao público na Galeria de Exposições Temporárias do Museu de Lanifícios da UBI. A obra conta a tradição espanhola da “Virgem dos Pegotes”.

> Eduardo Alves

Corre o ano da graça de 1745 na povoação castelhano-leonesa de Nava del Rey, a uma centena de quilómetros de Salamanca. Uma pequena ermida construída no alto do monte de Pico Zarcero acolhe a imagem da Nossa Senhora da Conceição, padroeira daquela povoação leal ao rei.
Como em todos os anos a 6 de Dezembro, a população celebrava um momento alto do novenário em sua honra com uma procissão entre a ermida e a Igreja Catedral de Nava Del Rey. Quando o cortejo religioso se preparava para começar, uma forte tempestade abateu-se sobre o trajecto e este foi prolongado até ser noite. Contrariando a natureza, os populares começaram por iluminar o trajecto devocional com fogueiras e archotes (Pegotes), feitos à base de pez e breu. Nessa mesma altura nasce a “Virgem dos Pegotes”. No calor do fogo o povo foi pedindo à virgem protecção para o ciclo económico da comunidade, que ainda hoje gira em torno da agricultura.
Desde 1893 que a imagem faz todo o trajecto dentro de carro cerimonial puxado por cavalos que foi oferecido pela família Pino Rodrigues.
É todo este ritual que o Ayuntamiento de Nava del Rey quer candidatar à concessão de Declaração de Interesse Turístico Nacional e Internacional. Desta forma, a autarquia local convidou Carlos Cazurro, fotógrafo espanhol, a retratar todas as celebrações em torno desta festividade.
Um conjunto de 35 fotos está agora patente no Museu dos Lanifícios. O fotografo, em declarações ao Urbi, explica que este trabalho “foi feito com o coração” e nas imagens que estão agora passadas para o papel tenta-se “retratar um sentimento muito próprio de um mar de gente que sente como ninguém aquela celebração”. Um trabalho a que Cazurro achou por bem dar o nome de “Crepitares”, isto porque, “no meio de todas as fogueiras que vão dando forma ao trajecto devocional, saltam do meio das chamas pequenas labaredas e a madeira vai estalando no processo de queima, vai crepitando, também as pessoas parecem ganhar um rosto diferente, de alegria de energia interior, ao verem passar o carro com a imagem da santa”.
As fotografias foram captadas entre 2004 e 2006 e vão agora fazer parte de um livro sobre toda esta tradição que leva a Nava del Rey mais de dez mil pessoas


A exposição está aptente ao público até 9 de Julho
A exposição está aptente ao público até 9 de Julho


Data de publicação: 2007-06-26 00:06:00
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