Voltar à Página da edicao n. 385 de 2007-06-19
Jornal Online da UBI, da Covilhã, da Região e do Resto
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> <strong>José Geraldes</strong><br />

Aquecimento global

> José Geraldes

A Humanidade atravessa uma época decisiva para o seu destino. Não se trata de uma frase bombástica mas de sermos realistas perante o panorama do mundo de hoje.
O progresso colocou-nos num patamar ambicioso. Mas tornou-nos mais responsáveis pela gestão das riquezas naturais que temos. Deu-se “o passo de gigante” com a ida a Lua. E as viagens espaciais, hoje, já são um acontecimento normal.
A globalização acabou com todas as fronteiras. Numa fracção de segundos, as imagens de televisão chegam a todo o mundo ao mesmo tempo. As barreiras de comunicação deixaram de existir. A Internet aboliu todos os muros.
Mas ao lado de todo este progresso admirável, levantam-se nuvens negras que teimam em desaparecer. Mais de 100 milhões de crianças ainda não têm oportunidade de frequentar uma escola. Anualmente, 500 mil mulheres morrem de parto por falta de assistência médica. Na África, há pelo menos de quatro milhões de infectados com Sida que não têm acesso aos medicamentos necessários.
A pobreza continua a alastrar sem que haja políticas adequadas para a erradicar. O comércio de armas, porém, desenvolve-se cada vez mais. Intensifica-se o cultivo da droga com os derivados a invadir o planeta. E os Estados mostram-se impotentes para desmantelar os seus “barões”. A energia atómica tende a ser conquistada por países que podem usá-la para fins impróprios e, assim, tornar o nosso mundo mais perigoso.
O aquecimento global não pára de aumentar com o seu cortejo de crueldades que já começam a ver-se. E a recente cimeira do G8 (os países mais ricos do mundo) só avançou timidamente na tentativa de diminuição das emissões de CO2 (dióxido de carbono).
O ambiente, hoje, é uma causa comum da Humanidade e não uma questão de moda. O Homem para ter uma vida de qualidade não pode destruir a natureza de qualquer forma. E as decisões a tomar nesta matéria regem-se pelo bom senso que a inteligência reclama. Nem fundamentalismo nem liberalismo total nesta área.
Mas do que ninguém duvida, é que se afigura urgente tomar medidas contra o aquecimento global sob pena de num futuro mais ou menos próximo nos confrontarmos com problemas sérios e vitais.
As alterações climáticas constituem já uma dura realidade. Os glaciares do Peru estão a derreter. No Norte do Quénia as secas aumentam vertiginosamente. E na Europa o tempo quase se reduz às estações do Inverno e Verão.
Foi assinado o Protocolo de Quioto com o objectivo de se tomarem medidas de forma a travar a emissão de gases de estufa. Mas os Estados Unidos com menos de 5 por cento da população mundial teimam em não ratificar este acordo com a desculpa de não pôr em perigo a sua economia e o facto de a China e Índia- países altamente poluentes também não o terem assinado.
A limitação da subida da temperatura de dois graus no planeta conseguida na reunião do G8 é um passo. Muito pequeno. Mas um sinal positivo.
A entrada no mercado dos carros híbridos aumenta a esperança como a procura das energias renováveis.
A tomada de consciência de que são necessárias novas alternativas, pode ser a plataforma das mudanças que se impõem. Para o melhor futuro da Humanidade.


Data de publicação: 2007-06-19 00:00:00
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