Voltar à Página da edicao n. 383 de 2007-06-05
Jornal Online da UBI, da Covilhã, da Região e do Resto
Director: António Fidalgo Directores-adjuntos: Anabela Gradim e João Canavilhas
 
A Delphi da Guarda recuou perante a intenção de despedir 226 trabalhadores ainda este mês

Suspensos 226 despedimentos na Delphi

O despedimento dos primeiros 226 trabalhadores da fábrica, em Junho, foi suspenso, após uma reunião entre a Câmara e o Governo. O que motiva este recuo é que não foi explicado. A Plataforma Logística, que é objecto de sucessivos atrasos que impedem a instalação de novas empresas, vai avançar.

> Notícias da Covilhã

O despedimento de 226 trabalhadores da Delphi, na Guarda, foi suspenso, após uma reunião entre a Câmara e o ministro da Economia, Manuel Pinho, que no entanto, não adiantou as razões que levaram a esta decisão. Recorde-se que durante a última semana o presidente da Câmara da Guarda, Joaquim Valente, pediu ao ministro da Economia, Manuel Pinho, uma audiência para tentar “encontrar uma solução” que minimizasse os efeitos dos despedimentos dos mais de 500 trabalhadores da Delphi, na Guarda. O autarca e o governante reuniram na passada sexta-feira, 25, com Pinho a dizer que estava a fazer “tudo o que é possível para trazer novos projectos e novas oportunidades de investimento para este concelho”.
A multinacional de fabrico de cablagens anunciara que iria mandar embora, até final do ano, 524 dos actuais mil trabalhadores que tem ao seu serviço na fábrica da cidade egitaniense, uma situação que, para Joaquim Valente, criaria sérios problemas sociais e económicos na região, uma vez que “algumas famílias estão dependentes do trabalho naquele espaço”, não existindo, segundo o autarca, capacidade na região para absorver a mão-de-obra que será dispensada. O autarca considerava mesmo “um absurdo” as declarações proferidas, na passada semana, pelo ministro da Economia, Manuel Pinho, em que disse que seriam criados novos postos de trabalho na fábrica de Castelo Branco que assim poderia acolher alguns dos operários da Guarda que vão ficar sem emprego. O autarca socialista diz que Pinho abordara o assunto “com desconhecimento” e que a sua intervenção foi “extremamente infeliz”. “O senhor ministro devia estar totalmente por dentro da situação. Não estava e foi extremamente infeliz. É inqualificável a leveza como trata uma situação destas” lamenta Joaquim Valente. Argumentando que o ministro mostrou um “desconhecimento total” da situação.
O assunto foi abordado na reunião do executivo municipal, e no final do encontro, Valente disse que as palavras do governante “não contribuíram nada” para que fosse encontrada uma solução. Já José Gomes, vereador da oposição social-democrata, na Câmara, diz que o comportamento de Pinho “ofendeu-nos”, pois a Guarda foi tratada como “uma simples anexa de Castelo Branco”. Entretanto, Manuel Pinho já corrigiu as suas polémicas afirmações e disse que, “tanto quanto sei”, não haveria reintegração de operários da Guarda na unidade albicastrense.
Na sexta-feira, autarca e ministro reuniram e anunciaram que o despedimento do primeiro grupo de 226 trabalhadores, previsto para Junho (ver caixa) fora suspenso, mas sem enunciar as razões que a isso levaram. Manuel Pinho apenas adiantou que “existem contactos com outras empresas da região que estão dispostas a acolher trabalhadores da Guarda, caso haja mais despedimentos”. Uma decisão que deixou o presidente da Câmara, Joaquim Valente, “mais aliviado”, acreditando que “a Delphi continue a laborar e a ser uma entidade empregadora com bastante peso na Guarda”.
O autarca guardense, também no decorrer da semana, pedira à administração central uma aposta em investimentos que, de alguma forma, “dêem sustentabilidade a quem aqui vive”. O autarca defendia que se encontrasse investimento europeu para o País e que este fosse “distribuído de forma ordenada por todas as regiões”. Apontando a Guarda como uma “boa localização”, com “boas infra-estruturas”, para que alguns empresários desenvolvam as suas actividades. Porém, o autarca socialista lamentava a lentidão com que o processo da Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial (PLIE) tem andado, pois o seu Plano de Pormenor ainda não foi aprovado em Conselho de Ministros. A sua homologação “é um passo importante para darmos continuidade à implementação da Plataforma Logística e da Área Empresarial”, uma vez que dai depende a venda de lotes e instalação de empresas. Ora, Manuel Pinho, na sexta-feira, também anunciou um licenciamento “muito rápido” da PLI, de foram a “criar mais empregos”.


A Delphi da Guarda recuou perante a intenção de despedir 226 trabalhadores ainda este mês
A Delphi da Guarda recuou perante a intenção de despedir 226 trabalhadores ainda este mês


Data de publicação: 2007-06-05 00:00:00
Voltar à Página principal

2006 © Labcom - Laboratório de comunicação e conteúdos online, UBI - Universidade da Beira Interior