Voltar à Página da edicao n. 382 de 2007-05-29
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A unidade da Delphi na Guarda prepara-se para despedir 500 trabalhadores

Delphi despede 500 trabalhadores

Até Dezembro a empresa reduz em 500 o número de trabalhadores. Uma decisão que tem por base evitar a deslocalização da fábrica. Sindicatos dizem que este é um rombo enorme na economia da Guarda, com grandes consequências sociais.

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A multinacional de componentes automóvel Delphi anunciou na passada semana a redução de 500 trabalhadores na sua fábrica de cablagens da Guarda, até ao final deste ano.
Em comunicado, a Delphi adianta que, “em consequência da forte redução de actividade sofrida pela fábrica da Guarda”, a empresa é “forçada a reduzir o número de trabalhadores”.
”Esta decisão afecta cerca de 500 trabalhadores e será executada até ao fim de Dezembro de 2007”, explica a empresa, acrescentando que a fábrica da Guarda emprega actualmente cerca de mil trabalhadores. “Esta é a solução possível para garantir a manutenção da actividade de fabrico de cablagens na fábrica da Guarda evitando assim qualquer deslocalização da actividade para fora do País”, salienta.
A empresa esclarece que a decisão de reduzir o número de trabalhadores “impõe-se para adequar a capacidade à actividade disponível não pondo assim em risco a permanência do fabrico de cablagens na fábrica da Guarda”. “A Delphi está consciente de que esta não é uma situação fácil, mas está também disponível para tentar minorar o impacto negativo da mesma, sobretudo junto dos trabalhadores da fábrica da Guarda, encontrando soluções que suportem os trabalhadores afectados por esta situação”garante a mesma fonte.
A decisão já foi comunicada a alguns dos operários, mas segundo Victor Tavares, dirigente na Guarda do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas o assunto será analisado numa reunião com a administração da empresa. O sindicalista garante, pelas indicações de que dispõe, que em alguns sectores de produção da fábrica “é o fim da actividade”.
Victor Tavares mostra-se apreensivo com a decisão, adiantando que após a referida reunião será promovido um plenário com todos os trabalhadores “para serem informados da situação”.
A empresa Delphi está instalada na Guarda-Gare, nas antigas instalações da antiga Fábrica Renault e é a maior unidade empregadora da cidade.
Para o presidente da Câmara da Guarda, Joaquim Valente, esta dispensa de 500 operários criará “um drama social” no concelho e região, sobretudo para muitos casais e jovens que trabalham na maior empregadora da região. Contudo, o autarca diz não ter sido apanhado de surpresa pois “já há algum tempo que vinha acompanhando a situação com responsáveis da empresa e com os sindicatos”. Porém, Valente refere que na região não existem alternativas que “absorvam os postos de trabalho que serão extintos até ao final do ano”, defendendo que o poder central, local e agentes locais terão de “dar as mãos para melhorar a economia e promover investimentos que necessitem de mão-de-obra, reduzindo os valores do desemprego”. O presidente da Câmara promete estar atento ao evoluir da situação.
Também a União dos Sindicatos do distrito considera esta medida um “rombo” social e económico para a cidade e região. Honorato Robalo está preocupado com este número de despedimentos numa região onde “a falta de postos de trabalho é evidente” e acrescenta que “não há empresas que funcionem como alternativa para absorver esse conjunto de trabalhadores”. Esta medida “afectará famílias inteiras e casais jovens, que têm os seus compromissos sociais e financeiros”.


A unidade da Delphi na Guarda prepara-se para despedir 500 trabalhadores
A unidade da Delphi na Guarda prepara-se para despedir 500 trabalhadores


Data de publicação: 2007-05-29 00:00:00
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