Voltar à Página da edicao n. 380 de 2007-05-15
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O tema da dependência do petróleo foi analisado na UBI

“Peak Oil” analisado na UBI

Portugal encontra-se muito atrasado em termos de exploração de petróleo, em relação aos outros países da Europa. Pedro de Almeida alertou e esclareceu os alunos para o problema do Peak Oil, que está para breve, e como apresentou alternativas para reduzir os efeitos deste acontecimento.

> Susana Duarte

Divulgar o problema do pico mundial da produção de petróleo, foi o objectivo da apresentação realizada pelo professor do Departamento de informática da UBI, Pedro de Almeida. A iniciativa decorreu na passada quarta-feira, dia 9, no anfiteatro 6.1, e pretendeu alertar os alunos para o problema do Peak Oil, que vai afectar de forma muito intensa e muito grave as nossas sociedades, e para o qual «é importante alertar as pessoas em geral, e os meios académicos em particular».
Durante a apresentação este problema foi analisado nas suas diversas vertentes, datas, causas, consequências, problemas e oportunidades.
“Evitar e retardar a data do pico de produção de petróleo é impossível, o que se pode fazer é tentar reduzir os seus efeitos, e para isso são precisas outras fontes energéticas, mas que sejam viáveis”, defendeu Pedro Almeida. Segundo o professor, o esgotamento total de petróleo nunca se vai atingir, porque os últimos restos de petróleo não são nem energeticamente, nem economicamente exploráveis. Deu como exemplo que se for preciso gastar x quantidade de energia para extrair y de energia sob a forma de petróleo, não iremos fazê-lo porque não compensa, razão pela qual o petróleo nunca se esgotará.
“O petróleo, em particular, representa cerca de 95por cento da energia usada nos transportes, mas tem outros usos como a produção de electricidade, o aquecimento de edifícios, e a produção de produtos petroquímicos em geral”, afirmou. Pedro Almeida alertou para as inúmeras consequências que podem surgir deste problema do “Peak Oil”, tais como o aumento do preço dos combustíveis e da energia, menos viagens aéreas, utilização de carros eléctricos e mais pequenos, uma grande depressão económica e grandes dificuldades em aguentar a actual população mundial, referiu.
“Portugal está a explorar apenas a 50 por cento, enquanto muitos países europeus estão com 90 por cento explorados.” O especialista referiu que Portugal está muito atrasado em relação aos outros países europeus no que diz respeito à exploração deste combustível fóssil, o que esta a levar ao empobrecimento do País. Considerando este facto quase um crime, o professor aponta a energia eólica como uma boa iniciativa, mas que ainda tem um longo caminho a percorrer em termos de investigação.
No entender de Pedro Almeida o panorama a que se está a assistir deve-se sobretudo a más decisões que têm sido tomadas, e alertou que se devem sensibilizar os políticos e investidores no sentido de tomar medidas para que esta situação não seja dramática. Segundo estudos realizados pelo especialista, para todos os líquidos fósseis, as previsões apontam para um “planalto” de produção entre 2007 e 2011, situado pouco acima dos níveis actuais (como possivelmente em 2009), e para uma diminuição lenta posteriormente.


O tema da dependência do petróleo foi analisado na UBI
O tema da dependência do petróleo foi analisado na UBI


Data de publicação: 2007-05-15 00:01:00
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