"Cozinha Canibal" no Teatro das Beiras

"A Cozinha Canibal" é uma das obras representativas do movimento "pânico", do qual Roland Topor foi co-fundador e se caracteriza por utilizar terror e humor em simultâneo. Encenado por Américo Rodrigues e interpretado por Rui Nuno, actor residente do Centro Dramático de Évora, este trabalho chega agora à Covilhã.

Este é um espectáculo feito por um cozinheiro/ cirurgião/ operário/ dj/ apresentador de televisão/ marionetista num espectáculo de non-sense, baseado no livro homónimo de Roland Topor. Américo Rodrigues criou "um espectáculo louco e inusitado" que põe em causa "os pilares da civilização ocidental". Durante o espectáculo, o actor Rui Nuno "cozinha, come, canta e ainda por cima anima o público com velhos discos de vinil da Rádio Altitude", descreve o responsável pelo Teatro das Beiras. O actor voltou “para nos desinquietar com receitas cruéis, com um cinismo doentio, com um estilo provocatório a resvalar para o pornográfico, com propostas de nos comermos uns aos outros com pitéus e iguarias nunca provadas. O Rui veio para se comer a si próprio, “ obeso sentado” que assinala no corpo as suas melhores carnes”, acrescenta.
Uma peça que tem como base o texto de Roland Topor, e conta com Américo Rodrigues na encenação, na cenografia e nos figurinos. A dramaturgia fica por conta de Américo Rodrigues e Rui Nuno, este último também intérprete. Armando Neves surge como figurante especial e Carlos Antunes é o responsável pela apresentação de imagens em tempo real. José Neves está na voz-off e Alberto Lopes no dispositivo cénico, Eduardo Martins é responsável pelos efeitos especiais e Sérgio Currais pelos grafismos. António Freixo tem à sua responsabilidade o desenho de luz, Victor Afonso está entregue à selecção musical e canções originais, enquanto Carlos Antunes e Victor Afonso trabalham os excertos de filmes, Tiago Rodrigues é o responsável pelo cartaz e fotografia de cena.