Voltar à Página da edicao n. 376 de 2007-04-17
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Trabalho por turnos afecta qualidade dos cuidados de saúde

Stress e alterações cardíacas ou gástricas são algumas das consequências para os profissionais de saúde que trabalham por turnos

> Cátia Felício

“As pessoas que trabalham por turnos apresentam um grande desgaste em várias áreas, tanto a nível físico como a nível psíquico e social”. A conclusão surge após 100 inquéritos feitos a profissionais de saúde. Em análise estiveram 70 enfermeiros e 30 médicos do Centro Hospitalar Cova da Beira, servindo de ponto de partida para a tese de mestrado “A influência do trabalho por turnos na qualidade dos cuidados de saúde”. Defendida por Paulo Matos, dia 11 de Abril, no Pólo IV da Universidade da Beira Interior (UBI), a tese teve a classificação de bom com distinção.
“A nível físico, chegámos à conclusão que os profissionais de saúde [que trabalham por turnos] apresentam alterações a nível cardíacas e gástricas”, anuncia Paulo Matos. E adianta que a nível psicológico, aumentam os seus níveis de stress, e a nível social há vá várias alterações tanto na forma como está com a família, como com os amigos. “E todo este conjunto de situações provoca um grande desgaste ao profissional de saúde e isso vai repercutir-se na qualidade dos cuidados de saúde que presta”, conclui.
A novidade desta tese é “ tentar estabelecer uma correlação directa entre o trabalho por turnos praticado por profissionais de saúde (no caso da minha tese, de enfermeiros e médicos) e a qualidade dos cuidados de saúde prestados”. Paulo Matos diz que entre as principais conclusões está a de que o trabalho por turnos afecta, “de forma bastante significativa”, a qualidade dos cuidados de saúde.
O que pode ser feito para alterar esta situação? Apesar de ter feito uma “série de recomendações”, diz que são medidas difíceis de implementação devido à situação económico-social portuguesa. “Não se pode quantificar a qualidade dos quadros de saúde. É algo que a gestão hospitalar tem que promover. Mas isso implica gastos”. As recomendações passam pela redução do horário de trabalho dos profissionais de saúde, a redução do número de anos de quem trabalha por turnos, e também a diminuição de doentes por cada profissional de saúde.
Fernanda Maria Nogueira, docente da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, foi arguente desta tese de mestrado. Do júri fizeram ainda parte Luís Lourenço, professor auxiliar da UBI, e ainda Vítor Mota, administrador do Centro Hospitalar Cova da Beira.






Data de publicação: 2007-04-17 00:02:01
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