Voltar à Página da edicao n. 375 de 2007-04-10
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Uma das salas mais emblemáticas da região volta a ser aberta ao público

Cinema comercial de volta à Guarda

Quase um ano depois de ter fechado as portas, o Cine Estúdio Oppidana, na Guarda, voltará a receber filmes do chamado ciclo comercial. “O Labirinto do Fauno”, vencedor da última edição do FantasPorto, marcará o regresso do público à renovada sala a 11 de Abril, no mês em que faz 18 anos.

> Igor Costa

O anúncio foi feito na passada semana em conferência de imprensa por Virgílio Bento, vice-presidente da Câmara Municipal da Guarda (CMG), e Américo Rodrigues, director da Culturguarda. Até ao encerramento, a 21 de Abril de 2006, a sala era dirigida pela Lusomundo que, alegando falta de público, renunciou ao contrato. Após obras estratégicas no espaço, a exploração fica agora a cargo da empresa municipal que também gere o Teatro Municipal da Guarda (TMG). Se o regresso de um cartaz comercial à cidade mais alta era há muito esperado, há limites que ficam desde já traçados: a actividade cinematográfica pára quando surgirem os privados. Depois disso, o espaço continuará a ser gerido pela Culturguarda, e receberá colóquios, conferências, ou actividades culturais de outra natureza, estando aberto às colectividades do concelho.
Apesar de ser iniciativa da CMG a reabertura do espaço, Virgílio Bento deixa claro que “não é responsabilidade da Câmara assegurar cinema comercial”. Para o autarca, tratou-se de uma “decisão política” pois “a cidade não podia ficar sem cinema, e a Câmara decidiu assegurar esse serviço”, mesmo que se trate de “uma competência dos privados”. A responsabilidade foi atribuída à Culturguarda uma vez que nenhum privado se mostrou interessado. Os estatutos da empresa já previam a exploração de outros espaços municipais para além do TMG. As obras do Cine Estúdio Oppidana terão rondado os 100 mil euros, “tornando o espaço aceitável”, como frisa Virgílio Bento. Mesmo não se tratando de uma obra de raiz, a intervenção incidiu na melhoria das condições de som, projecção e plateia. Tectos, painéis, palco, soalho, projectores, ecrã e marginadores foram substituídos ou consertados, melhorando a estética e a qualidade das instalações.
Américo Rodrigues sabe também que se trata de “um projecto com termo certo”, como o próprio referiu. Para assegurar o funcionamento do Cine Estúdio Oppidana não serão efectuadas contratações. “Rentabilizaremos os meios humanos e técnicos, em articulação com o TMG”, explica o director. As sinergias serão também exploradas ao nível do público, incentivando-o a circular entre o cinema comercial e o independente. A gestão dos filmes a exibir será “independente das grandes distribuidoras”, mantendo uma relação contínua com todas elas. A aposta será na divulgação, mas a independência surge como uma moeda com duas faces. Por um lado, a instituição vê-se livre de qualquer contrato de exclusividade, podendo comprar os filmes que assim entenda. Contudo, os filmes só chegarão à Guarda depois de exibidos nas salas das próprias distribuidoras, pelo que não se prevêem estreias na sala. Para Américo Rodrigues, esta “não é a melhor situação”, mas levará à cidade “o melhor do cinema comercial, dentro da diversidade”. Para o director artístico do TMG, trata-se de “contribuir para mudar mais um bocadinho o panorama cultural da Guarda”.
Depois de “O Labirinto do Fauno” estão agendados “Cartas de Iwo Jima”, “The Ghost Rider” e “A Teia da Carlota”. O bilhete custará quatro euros, com descontos de 25 por cento para os menores de 25 anos e maiores de 65.


Uma das salas mais emblemáticas da região volta a ser aberta ao público
Uma das salas mais emblemáticas da região volta a ser aberta ao público


Data de publicação: 2007-04-10 00:01:00
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