Voltar à Página da edicao n. 374 de 2007-04-03
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A poesia vai fazer parte do quotidiano da UBI e da Covilhã

LiteratUBI promove “Noites de Poesia”

A iniciativa partiu do Núcleo de Estudantes de Letras da Universidade da Beira Interior (UBI) e visa reunir alunos, professores e público em geral. A primeira sessão foi a 28 de Março e contou com a presença de Rita Taborda Duarte, escritora e docente da Universidade da Beira Interior (UBI).

> Ana Albuquerque

Pensar em Portugal como um país de escritores e de poetas, em particular, já não é suficiente para encher salões e cafés. Com o passar dos tempos, a poesia não ocupa um lugar dominante nas leituras dos portugueses e dos estudantes, e isso tem sido visível. Ciente desta situação, Rita Taborda Duarte afirma que “há alguma resistência em ler poesia”. Esta realidade não demoveu os alunos de letras de organizar um ciclo de sessões literárias. Com as “Noites de Poesia”, o LiteratUBI pretende “mostrar vários tipos de poesia”, como refere Gil Carvalheiro, responsável pelo núcleo. A iniciativa contará quinzenalmente com a participação de docentes e alunos do curso de Línguas, Culturas e Literaturas da UBI. A partir da terceira sessão, será o Anfiteatro Ponte Mártir-in-Colo a receber todos os que se quiserem reunir para “falar em verso”.
Rita Taborda Duarte foi convidada a apresentar alguns dos poemas dos três livros de poesia que editou até agora. Para além de poemas de “Poesia Breve”, “Na Estranha Casa de um Outro” e “Experiências Descritivas”, a escritora não evitou alguns textos de Alexandre O’Neill. “Gosto muito dos jogos de palavras que são mais do que malabarismos verbais. Mexe muito bem com as relações das palavras para além dos sentidos”, refere a docente de Letras a respeito daquele que constituiu uma das suas referências literárias. Para além de O’Neill, Rita Taborda Duarte referiu ainda António Ramos Rosa, pela forma como aborda o tema da linguagem. A escritora reconhece que é uma influência em “Experiências Descritivas”, a obra que recentemente publicou. Para além da declamação, a autora comentou a sua relação com os seus textos, e o público teve oportunidade de esclarecer dúvidas ou de comentar essas obras.
Quanto a estas sessões de poesia, Rita Taborda Duarte nota diferenças entre o que acontece em Lisboa e o que acontece na Covilhã. “Em Lisboa há mais oferta, mas não quer dizer que as pessoas vão mais. Por outro lado, noto por vezes que as pessoas daqui estão ávidas de acontecimentos”. A escritora atribui importância às sessões de declamação, muito devido às características particulares da poesia: “A poesia também é voz, é contar, é o silêncio que por vezes a voz pede, aqueles espaços de silêncio em que convém que se ouça e não só veja no livro.”
Ainda assim, não é em tempo lectivo que a poetisa nota maior criatividade. Para Rita Taborda Duarte, “na poesia cada palavra tem de ser pensada, no seu espaço”. Sobre esta relação entre a literatura e as aulas, também Gil Carvalheiro vê na “rigidez académica um entrave, porque é preciso tempo para organizar as ideias. As ideias vão crescendo e saem sozinhas quando menos esperamos, e se estivermos a meio de uma aula não dá muito jeito começarmos a escrever um poema”.


A poesia vai fazer parte do quotidiano da UBI e da Covilhã
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Data de publicação: 2007-04-03 00:01:00
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