Aulas suspensas na Universidade Independente

Luís Arouca, reitor da Universidade Independente destituiu o vice-reitor e responsável pela gestão financeira da instituição, Rui Verde. Vários directores de Departamentos foram também afastados neste “saneamento”. As aulas estão suspensas até ao próximo dia 6 de Março.

Segundo avança a edição de hoje, terça-feira, 27 de Fevereiro, do Correio da Manhã, o vice-reitor da Universidade Independente de Lisboa pode estar envolvido em tráfico de diamantes, fraude fiscal e falsificação de assinaturas e de documentos daquela instituição. Rui Verde era o vice-reitor e responsável pela área fiscal da Sociedade Independente para o Desenvolvimento do Ensino Superior (SIDES), empresa proprietária da universidade. Este alto quadro foi afastado pelo reitor da Independente de Lisboa, Luís Arouca, que colocou também fora da instituição mais um grupo de 19 funcionários, entre eles, responsáveis por Departamentos e funcionários da SIDES.
Segundo avança o mesmo jornal, o passivo da universidade atinge já os oito milhões de euros.
Depois da Polícia Judiciária ter começado a investigar os alegados crimes, o reitor da instituição demitiu de funções 25 pessoas e suspendeu todas as aulas da instituição até à próxima segunda-feira, dia 6 de Março. Esta decisão surge depois de uma assembleia-geral extraordinária da SIDES, realizada ontem e na qual se decidiu que todas as suspeitas de ilegalidades tinham de terminar.
Em declarações à SIC, o reitor da Independente de Lisboa, Luís Arouca, teceu fortes críticas á postura e actuação do vice-reitor. Segundo Arouca, o vice-reitor Rui Verde “aproveitou toda esta situação para sacar o máximo possível da instituição, serviu-se da universidade em vez de a servir”. O mesmo responsável adiantou ainda aquele canal televisivo que Rui Verde e o seu grupo mais restrito de pessoas dentro da instituição “enveredaram por uma política louca de autismo, de decisão unilateral, de não passar cartão a ninguém”. Luís Arouca acusou o vice-reitor de ser “o principal responsável pelo défice de dezenas de milhares de contos” na Independente de Lisboa. Todo o caso está agora sob a investigação da Direcção Central de Investigação da Corrupção e Criminalidade Económica e Financeira (DCICCEF).
Segundo o Correio da Manhã, centenas de alunos foram apanhados de surpresa e aguardam agora o desfecho da situação. O jornal Público, na edição de hoje, avança já com algumas declarações de Hermínio Brioso, presidente da Associação de Estudantes da UNI. Segundo este representante dos alunos, “nada foi transmitido aos 1500 estudantes que frequentam a instituição”. O responsável máximo pela associação mostrou-se “espantado” com a decisão do reitor e espera agora que todo o processo tenha uma conclusão rápida. Segundo Brioso, “as suspeitas de corrupção e as dívidas da UNI não são de agora”.
Hermínio Brioso espera agora que a situação tenha um desfecho rápido, até porque acontecimentos destes “levam ao descrédito total da instituição, o que vai atingir directamente os alunos”. A UNI tem cerca de 1500 estudantes e lecciona 14 cursos.