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João Queirós estuda os plasmídeos há cerca de dez anos

CICS regista patente

Uma investigação realizada no Centro de Investigação em Ciências da Saúde (CICS) da UBI acaba de ser patenteada pela mais importante autoridade dos Estados Unidos da América, nesta área. João Queirós, que lidera a equipa de investigadores diz que isto é “o reconhecimento do que se pode fazer na UBI”.

> Eduardo Alves

“Estamos a trabalhar num projecto que nos permite saber cada vez mais de cada vez menos”, explica João Queirós. O presidente da Faculdade de Ciências da Saúde descreve assim uma das suas áreas de estudo. Há mais de dez anos, que Queirós explora a área da “purificação de plasmídeos para a aplicação em terapia génica”. No Centro de Investigação de Ciências da Saúde, Queirós e a sua equipa de investigadores “que também estão de parabéns”, trabalham num projecto que dá pelo nome de “Purification of Plasmid DNA by Hydrophobic Interaction Chromatography”. As investigações sobre este tema já originaram uma grande quantidade de publicações científicas, “quer da minha autoria, quer também dos vários investigadores do CICS”. O mesmo estava já patenteado na Europa. Mas esta semana “ao receber a revista mensal da Federação Europeia de Ciência e Tecnologia, reparei que o artigo de maior destaque era a conquista da patente do nosso projecto no United States Patent and Trademark Office”.
A patente número 7.169.917 diz assim respeito “a uma tecnologia que permite à indústria farmacêutica obter com grande selectividade, plasmídeos que podem ser utilizados na terapia génica”. Um processo que segue as directrizes impostas pela “Food and Drug Administration (FDA)”, adianta Queirós. O grande contributo deste projecto onde trabalham também, um con-junto de investigadores do CICS e do Centro de Engenharia Biológica e Química do Instituto Superior Técnico de Lisboa passa por “purificar moléculas de DNA que podem ser utilizadas e têm um potencial muito grande, em termos de terapia génica”. Segundo o docente da UBI, nestas moléculas podem ser inseridos determinados genes “que depois vão compensar deficiências ou problemas genéticos em determinado tipo de doenças, como é por exemplo a fibrose quística”. Num futuro, “aí sim, mais longínquo, podemos chegar a combinar tratamentos para o HIV”.
Segundo João Queirós, neste momento “a continuação daquilo que está patenteado está a ser feita em exclusivo no CICS por uma bolseira de doutoramento que estou a orientar e por mais um conjunto de pessoas ligadas a este projecto que têm desenvolvido investigações que levaram já a resultados muito para além das nossas expectativas”. O docente e presidente da Faculdade de Ciências da Saúde recorda que “é também através deste projecto que temos vindo a ser cada vez mais reconhecidos pela comunidade científica internacional que trabalha nesta área”.João Queirós adianta que esta patente “vem reconhecer o nosso trabalho”. Mas todo o processo “foi muito moroso”. As palavras do docente referem que “nos Estados Unidos, o registo de uma patente é uma autêntica barbaridade, obrigam-nos a fazer declarações sobre todos os pormenores”. Daí que, Queirós tenha estado a focalizar mais o seu trabalho de investigação em duas áreas. “Uma delas é um projecto que decorre através de uma parceria com uma empresa farmacêutica, a Bial, e sobre o qual não posso adiantar nada, apenas dizer que é sobre a purificação de proteínas, da forma como a empresa me solicitou que o fizesse”. E outro “é a intervenção e melhoria do processo que agora foi patenteado”. Queirós recorda que tudo o que foi conseguido “também se deve aos investigadores do CICS”.


João Queirós estuda os plasmídeos há cerca de dez anos
João Queirós estuda os plasmídeos há cerca de dez anos


Data de publicação: 2007-02-06 00:00:00
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