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Perfil

> Eduardo Alves

Andrej Litewka é polaco e é docente do Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura da UBI há 16 anos. Este homem de 64 anos de idade foi um dos seis professores daquele país da Europa Central a responder positivamente ao convite lançado pelos responsáveis da UBI no início dos anos 90 do século passado. Com “um emprego seguro de professor numa universidade polaca e com uma carreira a seguir um bom caminho”, acabou por decidir vir dar aulas “apenas por um ano” para a Covilhã. Depois desse período, “o que era provisório passou a ser efectivo e aqui estou há já 16 anos”. Trocou a cidade polaca de Poznan, onde sempre viveu, pela Covilhã. Foi em Poznan, cidade que se localiza nas margens do rio Warta, com cerca de 650 mil habitantes que Andrej Litewka fez toda a sua carreira académica. Desde sempre teve a tendência para a Arquitectura, mas quando concorreu a este curso acabou por não conseguir ingressar na respectiva licenciatura. A solução passou “por uma espécie de curso que reunia a Economia e a Engenharia”. Acabou por licenciar-se em Engenharia Civil e é nessa área que se especializa com mestrado, doutoramento e posteriormente, “provas de agregação para dar aulas na Universidade Técnica de Poznan”. E foi nessa instituição que conheceu os dois responsáveis pela UBI, Passos Morgado e Santos Silva, os quais convidavam docentes a leccionar em Portugal. Litewka foi um dos seis professores que vieram para a UBI.
Na óptica deste docente “os professores universitários devem ser pessoas viajadas que aprendem diversas coisas em diferentes instituições”. Depois de ter passado por França, Inglaterra, Estados Unidos da América, Cuba e Alemanha, Litewka acabou por vir também para Portugal. Não se mostra arrependido pela escolha, nem sequer “por ter escolhido passar aqui grande parte da minha vida”. Uma escolha que se deve sobretudo “a uma certa magia deste País”.
Da terra de Camões Andrej Litewka destaca “o clima e a paisagem”. Apaixonado confesso pela montanha, “não podia ter escolhido melhor cidade para viver”. A Covilhã “está mesmo dentro da montanha”. Ao contrário dos cerca de 500 quilómetros que tem de percorrer quando está na sua terra natal para chegar até às zonas montanhosas “aqui bastam cinco minutos e estamos em plena serra”. As aldeias e as cidades históricas são outra das coisas que suscitam bastante interesse a este docente polaco. Neste campo Andrej Litewka apenas lamenta “o completo abandono a que se deixam chegar as construções”. Para além de ser um perito na área da construção Litewka é um apreciador deste tipo de património. Por isso mesmo “custa-me bastante ver cidades como Coimbra, com um certo histórico e um património arquitectónico invejável a todos os níveis, mas num estado de degradação completo”. Outro dos exemplos deste desleixo que é apontado por este docente polaco é o caso do Museu Machado Castro “há 16 anos em recuperação”, ironiza. Esta estrutura sedeada em Coimbra “nunca está aberta ao público”.
Andrej Litewka pensa regressa definitivamente à Polónia, “dentro de um a dois anos”. Nessa altura, gostaria de levar consigo “as paisagens, o clima ameno e os mosteiros da Batalha e Alcobaça”. Pretende manter a ligação entre os dois países, mas garante que “quando estiver na Polónia, vão ser muitas as saudades de Portugal”.

“Existe um sintoma geral de crise nas Engenharias”

“Penso que o caminho seguido pela UBI tem uma direcção bem definida”

“Em todos estes anos que aqui estou, não posso dizer que conheço este País”






Data de publicação: 2007-02-06 00:00:00
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