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Miguel Bernardo no seu gabinete na AECBP

“Faremos o que o comércio achar que se deve fazer”

Miguel Bernardo tem 42 anos e trabalha há nove na Associação Empresarial da Covilhã, Belmonte e Penamacor. Actualmente exerce as funções de vice-presidente da Direcção e de presidente da Comissão Executiva na AECBP. Em entrevista ao Urbi, Miguel Bernardo falou da situação actual do comércio covilhanense e dos projectos da AECBP.

> Isaura Costa
> Silvia Joao Faria

Urbi – Quais são os principais objectivos da AECBP?

Miguel Bernardo – O objectivo principal da AECBP é representar, em termos regionais e nacionais, a classe empresarial que nesta região desenvolve a sua actividade. Sendo uma organização de defesa de interesses de uma classe empresarial, está claramente preocupada com a relação entre esta classe e o meio e com a região, procurando representá-la e contribuir para que se possa desenvolver a actividade empresarial aqui na região.

U - Que dificuldades sente na concretização desses objectivos?

M.B. – As principais dificuldades têm a ver com questões intangíveis. Têm a ver com a cultura, têm a ver com as pessoas, têm a ver com a forma de ver o mundo, que eu acho que nós todos precisamos de mudar, quer dirigentes, quer empresas, quer cidadãos. Todos nós precisamos de ter uma visão um pouco mais pragmática e ambiciosa, que é uma das coisas que não temos e que eu acho que é mais difícil para nós, enquanto representantes de classe.

U – A AECBP tem vários gabinetes de apoio. Como funcionam, nomeadamente o Gabinete de Formação e a Bolsa de Emprego? Estão acessíveis a qualquer pessoa?

M.B. – A formação é algo que nós abraçámos com muito carinho e com um enorme sentido de missão. Na formação estamos a trabalhar para activos, ou seja, para pessoas que realmente estejam empregadas. Pretendemos dar, através da formação, melhores desempenhos aos trabalhadores porque sabemos que dando melhores desempenhos estamos também a dar melhores desempenhos às empresas. Nessa perspectiva estamos também a contribuir para o desenvolvimento das empresas. O espaço da Internet da Bolsa de Emprego pretende ser um espaço de mediação entre quem procura emprego e quem oferece. Através do site há a possibilidade de se inscrever nessa Bolsa de Emprego. Sempre que alguma empresa nos procura nós distribuímos a informação por todos os registados e depois a mediação é feita entre eles, nós não temos nenhuma responsabilidade relativamente à contratação e à selecção. Claro que fazemos alguma segmentação. Se a oferta que temos de emprego é em Gestão de Empresas não vale a pena estarmos a falar com alguém que está na área de Engenharia Civil. A nossa ferramenta permite essa selecção.

U – Está a decorrer na AECBP um programa para integrar trabalhadores de Leste. Como se processa esta inclusão?

M.B. – Nós colaboramos com uma rede de associações e empresas a nível nacional que desenvolveu um projecto chamado FIC – Formar, Integrar e Competir – projecto esse que pretende melhorar os desempenhos dos trabalhadores imigrantes na economia Portuguesa, percebendo que eles dão um contributo muito importante à nossa economia. Estamos a falar de gente muito qualificada, que muitas vezes entra no sistema de forma desqualificada e é necessário reconhecer as suas competências. Através desse reconhecimento, percebemos que as empresas podem ganhar quando estão a integrar esses trabalhadores. Fazemos isto em dois momentos distintos. Num momento faz-se o diagnóstico, uma primeira análise da certificação de competências. No segundo momento, trabalhamos numa lógica de integração com uma perspectiva de formação naquilo que é a cidadania e a língua Portuguesa. Este conjunto permite que nós possamos estar, do ponto de vista da associação, de consciência tranquila por estarmos a integrar melhor, estarmos a ajudar. Também beneficiamos desta integração porque eles são parte da nossa economia. É necessário fazer a mediação de uma forma eficaz e eficiente.

 

 

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Miguel Bernardo no seu gabinete na AECBP
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Data de publicação: 2006-12-26 00:00:00
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