História do Bolo-Rei

> Cristina Reis

O que para os portugueses é bolo-rei, para os franceses é "galette" ou "gâteau des rois", para os italianos é "panettone" e para os espanhóis é "roscón de reyes".

Asseguram os investigadores que o bolo-rei terá sido introduzido em Portugal nos finais do século XIX por Baltasar Castanheiro Júnior, que trouxe a receita de Paris e começou a confeccionar e a comercializar o dito bolo na Confeitaria Nacional, em Lisboa, de que era dono.

Mas a história deste bolo começa em França, com a Revolução Francesa a ameaçar o dito bolo, porque era rei. Inspirados, os pasteleiros franceses “trocaram as voltas” aos revolucionários e renomearam o bolo-rei de “gâteau des sans-culottes”, garantindo-lhe desta forma a existência.

Em Portugal, a proclamação da República em 1910 também veio ameaçar de morte o bolo-rei. Os pasteleiros portugueses, tal como os franceses, deram novo nome ao velhinho bolo-rei, passando a chamar-lhe “bolo-presidente” e “bolo-Arriaga” (aludindo ao primeiro Presidente da República, Manuel de Arriaga).

De salientar ainda que o verdadeiro bolo-rei tanto pode dar sorte, transformada em brinde, ou azar, quando calha a dita fava, que obriga a pagar o bolo-rei do ano seguinte a quem tiver esse azar.

Quanto à composição, o bolo-rei faz-se, basicamente, com massa de pão levedada, formando uma coroa, coberta de frutos cristalizados e de açúcar em pó. O bolo-rei é fielmente acompanhado pelo “português” vinho do Porto.

Fonte: Público Online e Sapo

Data de publicação: 2006-12-26 00:00:00