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O debate sobre a discriminalização do aborto decorrer na sala 7.17 do Pólo IV da Universidade da Beira Interior

Uma realidade chamada aborto

Manuela Barreto, dirigente do Bloco de Esquerda, esteve na UBI para debater a questão do aborto, um cenário que afecta mulheres de todo o mundo

> Cátia Felício

"O aborto é uma realidade do mundo inteiro”. É sob esta perspectiva que Manuela Barreto, dirigente do Bloco de Esquerda (BE), esteve dia 29, quarta-feira, no Pólo IV da Universidade da Beira Interior (UBI).
No debate “Aborto e Referendo”, a dirigente do BE sublinha que o aborto atinge muitas mulheres, independentemente das condições económicas. “As mulheres engravidam em sociedades avançadas, onde há métodos contraceptivos, onde há conhecimento, onde há informação e onde é possível evitar gravidezes…da mesma maneira que engravidam em sociedades rurais, com menos conhecimentos, mais controladas socialmente e onde o recurso a métodos da prevenção da gravidez não é tão óbvio e tão natural”.
Manuela Barreto explica que as mulheres “engravidam e muitas vezes não podem ter filhos pelas razões mais díspares: porque já têm muitos, porque não têm dinheiro…” E vinca que as questões económicas são um factor de peso que estão muitas vezes no origem de abortos.
Donizete Rodrigues, docente na UBI, foi outro dos intervenientes no debate, onde também participaram alunos. Sob o ponto de vista sociológico, evoca a relação entre a religião, o Estado e a sociedade. A análise do docente aponta para “a população portuguesa aborda a questão do aborto de uma perspectiva religiosa”. E acrescenta que “ a Igreja Católica tem uma grande força na mobilização de pessoas e influência a leitura do aborto”. Focou a “visão sublime da Igreja Católica”, apresentando um cartoon publicado na revista Visão.
Tal como o docente da UBI, também a dirigente do Bloco de Esquerda diz que a diferença entre quem pratica o aborto clandestinamente em Portugal e quem o faz em “Badajoz, Madrid ou Londres” está apenas nos recursos financeiros.
Manuela Barreto adianta que o aborto “é um problema da nossa vida. É um problema do direito que as pessoas têm a decidir sobre a sua própria vida. Não é sobre o seu corpo. É sobre a sua própria vida e dos seus. É o direito que as crianças têm em nascer com condições sociais económicas e com condições psicológicas das mães e dos pais que têm”. No debate, Donizete Rodrigues focou ainda que não é uma questão que só diz respeito às mulheres, mas a toda a sociedade.


O debate sobre a discriminalização do aborto decorrer na sala 7.17 do Pólo IV da Universidade da Beira Interior
O debate sobre a discriminalização do aborto decorrer na sala 7.17 do Pólo IV da Universidade da Beira Interior


Data de publicação: 2006-12-05 00:02:00
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