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A empresa municipal da Guarda apresenta uma dívida superior a 200 mil euros

Culturguarda com prejuízo de 214 mil euros

A empresa municipal que gere o Teatro Municipal da Guarda teve no primeiro semestre deste ano um resultado negativo de 214 mil euros. Por isso, a autarquia admite rever a forma de gestão da estrutura.

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A Câmara da Guarda admitiu na passada semana rever a gestão financeira da empresa municipal que gere o Teatro Municipal, revelando que o relatório de contas do primeiro semestre de 2006 aponta um resultado negativo de 214 mil euros. O assunto foi apresentado na reunião do executivo municipal por Virgílio Bento, vice-presidente da autarquia, também responsável pelo pelouro da cultura e vogal da empresa municipal Culturguarda responsável pelo Teatro Municipal da Guarda (TMG).
Ao dar conta do relatório de contas dos primeiros seis meses deste ano, Virgílio Bento reconheceu a necessidade de a autarquia "proceder a algumas alterações" no modelo de gestão da Culturguarda, que em 2005 também apresentou um resultado líquido negativo de 248 mil euros. "Há alguns problemas ao nível da gestão financeira, há despesas permanentes muito grandes, nomeadamente na questão do pessoal", disse o autarca.
No entanto, Virgílio Bento desdramatizou a situação, dizendo que o TMG "é um equipamento que deve ser sempre visto como um equipamento regional", apontando que outras estruturas similares "também têm estes problemas de ordem financeira". Para equilibrar as contas, o responsável pelo pelouro da cultura defendeu o aumento das receitas ao nível dos programas operacionais de apoio para a cultura, do mecenato e do aluguer do espaço a instituições exteriores.
Por sua vez, o presidente da Câmara, Joaquim Valente, que preside ao conselho de administração da Culturguarda mostrou-se preocupado com a situação, referindo que, apesar de ser "um equipamento que não dá lucro, terá que ter sustentabilidade". Joaquim Valente disse na reunião do executivo, realizada na Junta de Freguesia de São Miguel, que atendendo ao relatório "não está excluída a hipótese de encarar outro modelo de gestão que passe por outra situação que não a actual", não adiantando mais pormenores. O autarca prometeu "fazer uma justa avaliação para tomar as medidas necessárias para atenuar os custos acrescidos que tem para as finanças da autarquia". "A programação cultural é de reconhecido valor, mas é importante que tenhamos em conta outros sectores", admitiu.
A oposição social-democrata, liderada pela vereadora Ana Manso, também se mostrou apreensiva com o cenário, admitindo que a empresa poderá chegar ao final deste ano "praticamente com o dobro do défice do ano passado", referiu. "A cultura é uma bandeira no nosso concelho, mas custa-nos aceitar que a área dos espectáculos apresente um resultado tão negativo", afirmou na reunião camarária. A vereadora também recordou que a oposição sempre referiu que a construção do TMG representou "um elefante branco para a Câmara Municipal da Guarda".
Por isso referiu que a oposição social-democrata também considera que "é importante repensar o modelo de gestão" do espaço cultural que é uma referência na região. "É uma estrutura que tem benefícios para a região, mas se não tiver um modelo de gestão operacional, no sentido de minimizar os custos e maximizar os proveitos, estaremos sempre confrontados com esta situação", referiu a porta-voz da bancada da oposição no executivo municipal da Guarda.
O complexo do TMG foi inaugurado a 25 de Abril de 2005, localizando-se no centro da cidade, junto do Convento de São Francisco. Custou cerca de 10,5 milhões de euros e é composto por dois cubos gigantes - onde funcionam o grande auditório (com capacidade para 626 pessoas), o pequeno auditório (164), um café-concerto (com lotação para 100 pessoas) e uma galeria de exposições.
No primeiro ano de actividade recebeu 43 mil e 41 espectadores que assistiram a iniciativas culturais e um total de 118 mil 361 visitantes, foi palco de 335 actividades, sendo que 311 foram de produção própria e registaram um total de 33 mil 106 espectadores.
Em Fevereiro deste ano, assinou um protocolo com a Junta de Castilla y León (Espanha), passando a ser a única estrutura de Portugal a integrar a "Rede de Teatros de Castilla y León", permitindo uma grande circulação de espectáculos entre Portugal e Espanha.


A empresa municipal da Guarda apresenta uma dívida superior a 200 mil euros
A empresa municipal da Guarda apresenta uma dívida superior a 200 mil euros


Data de publicação: 2006-10-24 00:00:46
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