Cova da Beira perde mais de mil pessoas em quatro anos

Os dados do INE são assustadores: entre 2001 e 2005, a Cova da Beira perdeu mais de mil residentes. Um fenómeno extensível da toda a região, pois, por exemplo, na Beira Interior Sul, foram quase três mil as pessoas que “desapareceram”.

São os números duros e crus da realidade territorial da Cova da Beira: nos últimos quatro anos, os três municípios (Covilhã, Belmonte e Fundão) perderam mil 294 pessoas. É isto que se pode constatar fazendo uma breve comparação entre as Estimativas de População Residente em 31 de Dezembro de 2005, um estudo publicado na passada semana pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e os Censos 2001.
Na altura, a Cova da Beira tinha 93 mil 454 residentes (pouco mais de 300 pessoas em relação a 1991). Agora, segundo as estimativas do INE, apresenta-se com apenas 92 mil 160. Um decréscimo muito significativo em apenas quatro anos, pois, por exemplo, entre 1991 e 2001, houve até um acréscimo populacional de 357 pessoas.
Este cenário negro de perca de população, porém, na região, não é exclusivo da Cova da Beira. A zona da Serra da Estrela (que contempla os municípios de Fornos de Algodres, Gouveia e Seia) também sofreu uma grande quebra, pois em 2001 apresentava um total de 49 mil 902 pessoas e agora apenas tem 48 mil 548, ou seja, perdeu em quatro anos quase mil e 500 pessoas. Em 14 anos (entre 1991 e 2005) esta zona perdeu quase cinco mil e 500 residentes.
A Beira Interior Norte (municípios do distrito da Guarda) também é outro bom exemplo do decréscimo populacional verificado nos últimos anos. Nos Censos de 2001 apresentava 114 mil 872 residentes. Quatro anos volvidos, segundo as estimativas do INE, terá  apenas 112 mil 114 pessoas, ou seja, menos duas mil 758 residentes.
Já a Beira Interior Sul (Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Penamacor e Vila Velha de Ródão) é o caso mais grave em toda a região. Nos últimos quatro anos terá perdido quase três mil pessoas (tinha 78 mil 248 residentes em 2001, terá agora 75 mil 282). Algo que não é estranho, porém, já que nos Censos de há quatro anos, na Região Centro, municípios como Penamacor e Idanha-a-Nova apareciam referenciados entre os que, em termos percentuais, tinham maiores decréscimos populacionais. Uma tendência que se tem mantido nos últimos anos, já que, segundo um estudo do Plano de Desenvolvimento Social de Idanha-a-Nova, nos últimos 20 anos, o concelho terá perdido 27,6 por cento da sua população, que está cada vez mais idosa.
Segundo este estudo do INE, a população portuguesa (10 milhões 569 mil 592 pessoas) mantém a tendência para o envelhecimento, com a Região Centro a ser referenciada como uma das zonas mais velhas do País.