“A maioria dos incêndios ocorre por negligência”

O ministro da Administração Interna, António Costa, mostra-se satisfeito pela maneira como os incêndios têm sido debelados, este ano, mas apela aos cidadãos para que tenham cuidados redobrados na floresta

"Foi uma boa intenção apostar tudo na primeira intervenção. Ao longo destes dois meses tem provado ser uma boa estratégia”, frisou António Costa. O ministro da Administração Interna falava após a visita ao Centro de Meios Aéreos da Covilhã, na manhã de sexta-feira, dia 4, e mostrava-se satisfeito com a forma como os incêndios têm conseguido ser debelados no início. No entanto, recusou-se a fazer balanços, até porque se entrou agora no mês mais crítico.
“Estamos a entrar na fase mais crítica, de maior risco, o que exige maior cuidado de todos nós”, frisou o governante. E apelou para que os cidadãos tenham cuidados redobrados. “Não fumar na floresta, não trabalhar com máquinas agrícolas nas horas de calor, não fazer fogueiras, não lançar foguetes, ter cuidado com os piqueniques”, alerta. “Porque ao contrário do que as pessoas pensam a maioria dos incêndios não tem origem voluntária. A maioria ocorre por negligência, por falta de cuidado”, realça.
Até sexta-feira, altura em que o dispositivo de prevenção passou de amarelo para laranja, devido ao aumento das temperaturas e à força do vento de Leste, tinham-se registado no distrito de Castelo Branco 458 incêndios, uma média de oito por dia.
António Costa mostra-se satisfeito por os focos de incêndios estarem a ser controlados logo no início e salientava que os meios de primeira intervenção têm de continuar a ser reforçados.
No aeródromo da Covilhã estão desde o início de Julho dois aviões médios com capacidade para três mil litros de água, que se juntaram ao helicóptero que já estava de prevenção com nove elementos, a chamada brigada helitransportada.
Ao todo, o distrito está equipado com sete meios aéreos. Em Castelo Branco está um helicóptero ligeiro, com uma equipa de cinco pessoas no caso de ser necessário intervir. Em Proença-a-Nova está estacionado um helicóptero médio, com uma brigada helitransportada de nove elementos e dois aviões com capacidade para dois mil litros de água. Para além destes meios o distrito está também a ser vigiado por aeronaves de privados.