Pedaladas da Volta começam em Portimão e acabam em Castelo Branco

Iniciou-se no sábado, 5, a 68ª edição da Volta a Portugal em Bicicleta. Os corredores arrancam do Algarve e passam os últimos dias de prova na região, que volta a ficar sem um final de etapa na Torre. Em Castelo Branco, a prova termina com um contra-relógio

A emoção está de volta às estradas portuguesas, e em particular, às vias que atravessam a Beira Interior. No Sábado, 5, deram-se as primeiras pedaladas na 68ª Volta a Portugal em Bicicleta, com o início marcado para Portimão e o final, a 15 de Agosto, na cidade de Castelo Branco. A Beira Interior irá assim assistir à decisão do vencedor, já que Guarda, Gouveia, Fundão, Idanha-a-Nova e Castelo Branco são localidades que vão este ano receber partidas ou chegadas da Volta. Entre estas, o destaque vai para a cidade albicastrense que recebe a ultima tirada, um contra-relógio, marcado para 15 de Agosto e que terá o seu início em Idanha-a-Nova.
Só na oitava etapa da mais importante prova velocipédica de Portugal é que se dá a entrada do pelotão na região, a 13 de Agosto, numa tirada de 166,4 quilómetros que irá ligar Favaios à Guarda. No dia seguinte, o início da prestação está marcado para Gouveia e o final para o Fundão, num total de 144,1 quilómetros. Esta será a mais curta das etapas, mas, provavelmente, a que mais dificuldades poderá colocar aos corredores, já que os ciclistas irão entrar em pleno coração da Serra da Estrela, passando por uma contagem de montanha de categoria especial na Torre, que mais uma vez volta a não ser presenteada com uma chegada.
A ascensão às Penhas Douradas, que se inicia nove quilómetros depois da partida, será de "aperitivo" para a grande escalada de 24,3 quilómetros que, depois de Seia, leva os ciclistas até às imediações da Torre, a mil 890 metros de altitude.Depois, para acabar em grande, na região, o tal contra-relógio final entre a Idanha e Castelo Branco. Serão 36,8 quilómetros para percorrer, num sinuoso e duro percurso.Ribeiro, Cândido, Lavarinhas e Sabido entre os favoritos
A 68ª edição da Volta a Portugal disputa-se em 10 etapas, num total de mil 544,6 quilómetros, com um dia de descanso pelo meio. O pelotão integra 18 equipas, 10 delas portuguesas e oito estrangeiras (Itália, Inglaterra, Espanha e Áustria).
Entre os favoritos, aparecem naturalmente corredores nacionais, como Cândido Barbosa e Nuno Ribeiro (LA-Alumínios/Liberty), Rui Lavarinhas (Riberalves/Alcobaça) e Hugo Sabido (Barloworld), entre outros. Mas também não serão de excleuir alguns estrangeiros já bem conhecidos da Volta, como Andrei Zintchemko (Riberalves), Danail Petrov (Maia), Claus Moller (Barbot) ou Pedro Arrietunandia (Barloworld). Mas também poderá surgir uma surpresa, tal como no ano passado, em que o então desconhecido russo Vladimir Efimkin dominou e venceu a prova.
Certo é que para Joaquim Gomes, director técnico da prova, quem quiser ganhar “terá que ser bom contra-relogista e excelente trepador, mas sem uma grande capacidade de recuperação, em 10 dias, também não vai lá”.
Sem chegada na Torre por causa do dinheiro
Um local mítico, que já fez grandes vencedores, mas que mais uma vez não terá nenhuma chegada. Falamos da Torre, em plena Serra da Estrela, que será apenas ponto de passagem e não de paragem. Porquê? Porque segundo a organização, as autarquias serranas não investem na prova.
Joaquim Gomes, vencedor em 1989 e 1993 e actual director da competição, apela mesmo às câmaras para colaborarem nos próximos anos, pois "a Torre é o local mítico, onde se fizeram grandes heróis". "É um lugar mítico. Para mim também, já que foi lá que consolidei muitas conquistas, mas temos que falar com os responsáveis de Gouveia, de Manteigas, de Seia. Neste momento, e como a chegada lá implica cerca de 10 por cento do orçamento de largos milhões de euros, é impossível", disse Gomes.

As “nossas” etapas

8ª etapa- Favaios/Guarda (domingo, 13)
Uma etapa de alta dificuldade que acaba a subir. Terá dois prémios de montanha de segunda categoria, um deles na linha de chegada, situada junto ao Estádio Municipal da Guarda, nos mil e cinco metros de altitude. Uma etapa onde os trepadores poderão ter uma palavra a dizer e onde a subida entre o Porto da Carne e a cidade egitaniense poderá fazer estragos.
9ª etapa- Gouveia/Fundão (segunda-feira, 14)
Esta é a etapa mais curta da prova, mas a que poderá até definir o vencedor. Os ciclistas vão andar na Serra, que terá um prémio de montanha de segunda categoria e outro de categoria especial. Os ciclistas sairão de Gouveia, vão às Penhas Douradas, ruma a Seia, sobem à Torre e descem depois por Manteigas, passando depois pela nacional 18 até ao Fundão.
10ª etapa- Idanha-a-Nova/Castelo Branco (terça-feira, 15)
Um contra relógio de 39,6 quilómetros que poderão consagrar o vencedor ou defini-lo. É que surge após uma dia de alta montanha e por isso, de desgaste. Se as diferenças entre os primeiros forem curtas, haverá espectáculo na estrada. O final da prova está marcado para a Avenida Europa.