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Vozes e ritmos do planeta

São os festivais de Verão. A música leva milhares de pessoas a percorrem as estradas do país até às localidades que acolhem os sons do mundo. O Urbi foi até Sines e conta o que há no Festival Músicas do Mundo (FMM)

> Cátia Felício

A world music regressou entre 21 e 29 de Julho a Sines. O som intimista do brasileiro Francis Hime, os ritmos latinos do sérvio Boris Kovac e a sua banda La Campanella, a energia do quarteto francês Vaguement la Jungle foram alguns dos sons ouvidos por quem foi ao Festival Músicas do Mundo deste ano.
O FMM vai na oitava edição e passou dos três dias de 2005 para nove. Os locais são agora quatro, estendendo-se para lá das muralhas do Castelo de Sines. Avenida da Praia, Centro de Artes e Porto Covo são os outros lugares onde se podem ouvir as mais variadas melodias oriundas de quatro continentes. Este ano também aumentou o número de artistas, passando de 15 para 24.
A lotação do Parque de Campismo de Sines rapidamente fica esgotada devido às milhares de pessoas que se deslocam, por esta altura, à cidade do litoral alentejano.
João Rosa já foi estudante de Engenharia Electrotécnica na UBI e conta que não perde uma edição do FMM. “Espectacular” é a palavra que usa para definir este festival onde os artistas trazem ritmos e sons e culturas variadas.
Os Gaiteiros de Lisboa foram os representantes de Portugal no festival deste ano, onde actuaram ainda Thomas Mapfumo (Zimbabwe), os nigerianos Seun Kuti e Tony Allen, Nuro Kane & Bayefall Gnawa (Senegal), Rabih Abou-Khalil & Joachim Kühn (Líbano/Alemanha), The Bad Plus (EUA), Alamaailman Vasarat (Finlândia), entre outros.

 



"Cordel do Fogo Encantado" é o nome de uma das bandas que subiu ao palco no Sábado, dia 29. Oriunda do Brasil, tocou sons que juntam tradições índias, folclore e a força demolidora dos tambores de culto africano 29 de Julho, Sines - Castelo, 23h00. NUMA FEIRA poeirenta do interior do sertão brasileiro, um velho conta histórias de reis e dragões, de santos e bandidos, do princípio e do fim do mundo. De repente, o céu enche-se de raios e trovões e uma chuva diluviana cai sobre o povo e mata a seca. A música do jovem quinteto pernambucano Cordel do Fogo Encantado, um dos mais premiados projectos da música brasileira dos últimos anos, tem tido este efeito refrescante no imaginário rural do Nordeste. Inicialmente um espectáculo teatral, o grupo, formado em 1997 e com dois discos gravados, funde várias tradições musicais e narrativas sertanejas, dos cantadores aos emboladores, dos repentistas aos autores de cordéis, folhetos de histórias vendidos nas feiras. A essa fusão juntam-se tradições índias, folclore e a força demolidora dos tambores de culto africano, uma das suas principais marcas, a par das texturas do violão e do carisma do poeta e vocalista psicadélico Lirinha. Moderno mas também primitivo, do texto mas também do corpo, o altamente cénico espectáculo do Cordel faz no FMM a sua estreia em Portugal. "


Data de publicação: 2006-08-01 00:02:41
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