Nunca a Universidade da Beira Interior tinha acolhido tantos representantes governativos num mesmo evento. A festa do 24º aniversário da UBI acabou por ser o motivo da presença de José Sócrates, primeiro-ministro de Portugal, que se juntou a Mariano Gago, Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e António Guterres, Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados.
Em dia de festa, a UBI “ganhou um suplementar prestigio”, disse José Sócrates. O beirão voltou à cidade onde cresceu para recordar a história da criação da Faculdade de Medicina na Covilhã. Sócrates, agora Primeiro-Ministro, detinha na altura a pasta do Ambiente, num Governo liderado por António Guterres. A decisão “não foi apoiada por todos, foi um risco, mas que passados todos estes anos, veio a revelar-se a opção correcta”.
Para além das palavras de confiança “no trabalho que é aqui feito”, a crescente importância regional e nacional da UBI esteve também bastante vincada nas palavras do governante. “Há muitos anos que acompanhamos o desenvolvimento, da UBI, e quero dizer, em nome do Governo português, que esse trabalho é muito meritório, quer para a região quer para o desenvolvimento do País”, recorda. Sócrates veio à Covilhã no dia em que António Guterres foi distinguido com o doutoramento Honoris Causa. O actual chefe do executivo governamental, presente neste acto, disse já ter conhecido muitos políticos “mas nunca encontrou nenhum com uma inteligência mais vibrante do que o António Guterres”.
Os elogios ao trabalho que tem vindo a ser feito na UBI centraram-se também nas mais recentes decisões reitorais. O primeiro-ministro lembrou “a importância, a inteligência e o reconhecimento social” da decisão de João Queiroz, na atribuição do doutoramento Honoris Causa a António Guterres.
Em dia de festa a instituição ganhou também mais alunos. Mariano Gago, ministro do Ensino Superior, veio à UBI revelar que já no próximo ano, o aumento “em 20 por cento, das vagas em Medicina”. Para além disto, o ministro garantiu que, “dentro de três anos, a UBI irá formar mais 200 médicos, que se juntam aos 115 que actualmente ingressam na Covilhã”. Este acréscimo é feito a partir dos resultados que têm vindo a ser alcançados pela instituição nesta formação. O ministro que tutela as universidades assume “a especial responsabilidade social desta instituição no desenvolvimento nacional”. O aumento de alunos tem também o apoio do Ministério da Saúde que, “encontrará neste espaço de tempo a solução e integração dos novos estudantes no ciclo clínico”, reitera.
João Queiroz, reitor da academia covilhanense, agradeceu todos os apoios dos vários representantes políticos e da comunidade académica, mas traçou também pontos futuros. O responsável máximo pela UBI voltou a insistir na necessidade de promover uma cultura de qualidade, de direitos e deveres, “em que todos estejam conscientes do contributo a dar e dos benefícios a receber”. O reitor, em funções há pouco mais de dez meses, lembra as mudanças implementadas neste curto espaço de tempo e as respostas dadas pela comunidade ubiana. “Ao ter sido capaz de empreender essas mudanças e de abraçar um novo projecto e os desafios que o mesmo implica e pressupõe, a Universidade da Beira Interior demonstrou a maturidade que alcançou como instituição.
Com efeito, a Universidade que hoje comemora 24 anos difere já, em muitas áreas, da que encontrei, no início do meu mandato”, acrescenta.
Na área da governação, a Universidade tem feito nos últimos meses uma reforma profunda. Queiroz garante que a UBI enfrenta agora uma nova era na relação entre a universidade e a comunidade. Uma prova disso mesmo foi a assinatura de um protocolo com o Banco Santander Totta. Empresas, investigação e internacionalização são alguns dos parâmetros que vão ganhar dinâmicas, lembra o reitor. Para o futuro, Queiroz pretende “posicionar a UBI como um motor de desenvolvimento a vários níveis, estimulando o crescimento económico da região e do País, formando recursos humanos altamente qualificados e orientados para a geração de novos produtos, serviços e sectores industriais”. Como exemplo de todas estas capacidades está a assinatura do protocolo Inovida.
Um dia marcado também pela assinatura de diversos protocolos e contrato de confiança, de entre os quais se destaca a oportunidade de criação do UBI Medical.