António Fidalgo
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A promulgação de Bolonha
O primeiro diploma a ser promulgado pelo novo Presidente da República foi o Decreto-Lei sobre Graus e Diplomas do Ensino Superior. Não deixa de ser um gesto simbólico. Cavaco Silva, por profissão professor universitário, é um exemplo da mobilidade que se pretende para o nosso ensino. O tão falado processo de Bolonha, a criação de um espaço único europeu de ensino superior e investigação, vai mesmo ter força de lei e alterar de uma forma substancial o ensino superior em Portugal.
Na UBI tem-se trabalhado muito nos últimos tempos sobre a reformulação dos cursos ministrados. Há a plena consciência de que a qualidade não é um título ou pergaminho herdado com um velho nome sonante, mas que é um exercício de esforço, de competição com outras escolas. Das informações que chegam de outras universidades, verifica-se que a UBI marcha nas da frente no que concerne à organização do ensino.
Subjacente à letra de lei do diploma ora aprovado, tem de estar um espírito novo em Portugal: o do acesso tendencialmente universal ao ensino superior. Pode haver quem ache isso utópico. Mas certamente não será tão utópico como a posição de quem defendia no início do século XX a generalização e obrigatoriedade do ensino para todos. Então muitos achavam que as letras e as contas eram apenas para poucos, que os outros, a larga maioria, deviam era aprender a trabalhar, como os pais, que não tinham precisado de ler nem escrever, para lavrar, cavar, ceifar e regar.
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