Urbi@Orbi –
O Departamento de Gestão e Economia comemorou 25
anos de existência e apresentou algumas novidades
ao nível curricular das licenciaturas. Era uma
mudança necessária?
Tiago Sequeira – Era uma mudança
necessária, sem dúvida. A licenciatura em
Gestão apresentava uma duração de
cinco anos, o que a desenquadrava, em certa medida, das
licenciaturas semelhantes ministradas noutras Universidades,
e que apresentavam uma duração de apenas
quatro anos. Nós fizemos uma mudança em
dois sentidos. Um primeiro prende-se com esta transformação
já referida, um segundo tem a ver com a nossa adaptação
a Bolonha. Um elemento inovador que nós implementámos
nas licenciaturas e nos aproximou das grandes escolas
de Economia e Gestão é o facto de oferecermos
agora um grande leque de opções aos alunos.
Neste momento, em termos de Gestão e Economia somos
a segunda escola que mais opções oferece
aos alunos. Aproveitámos a estrutura matricial
da UBI e também o facto do DGE oferecer três
licenciaturas. Os alunos de Economia e Gestão têm
a possibilidade de, num número determinado de opções
frequentar disciplinas de outros cursos dentro do Departamento
e também lhes damos a hipótese de, num conjunto
limitado de três opções, frequentar
qualquer disciplina na UBI. Isso possibilita aos alunos,
não perdendo de vista o que é ser um bom
economista e um bom gestor, conseguir ter uma abordagem
mais geral do que é a ciência. No sentido
da adaptação a Bolonha, os cursos são
de “banda larga”, seguindo a tendência
internacional e oferecendo ao futuro licenciado um aprofundado
conhecimento técnico mas também uma grande
capacidade de adaptação a novos desafios,
elemento essencial de uma carreira de sucesso. Nos dois
primeiros anos, as licenciaturas em Gestão e Economia,
porque são áreas muito próximas,
têm um ciclo “quase” comum, entrando
nos dois últimos anos no ciclo especializado.
U@O –Os alunos que entram agora já
vão frequentar o curso reestruturado?
T. S. – A partir deste momento vamos entrar
com o primeiro ano da nova estrutura, quer para o curso
de Gestão quer para Economia. Há mudanças
que tiveram de ser feitas para adaptar as pessoas que
já estavam dentro dos currículos e portanto
essas pessoas vão agora, através de uma
tabela de correspondências, frequentar as novas
disciplinas da nova estrutura tendo em conta todo o esforço
que já fizeram na estrutura antiga. A Comissão
Científica Departamental optou por valorizar todo
o esforço feito até agora pelos alunos que
já estavam na estrutura antiga, ainda que muitos
dos alunos que estavam nesta situação tenham
conseguido sair mais cedo do que iriam sair se não
apanhassem esta nova estrutura. Neste momento as licenciaturas
em Gestão e em Economia da UBI tornaram-se muito
competitivas no País.
U@O – Como vê a diminuição
do número de alunos que ingressaram na UBI, face
a anos anteriores? Em 60 vagas Gestão preencheu
apenas 33, Economia preencheu 31 em 45 e Marketing fez
o pleno ao preencher a totalidade das vagas disponíveis,
35.
T. S. – É uma situação
que tem de ser vista como uma realidade complexa. Nós
aqui estudamos, entre outras coisas, as forças
competitivas. Também no caso da colocação
dos estudantes há muitas forças competitivas,
que nos fizeram obter este resultado. Cada vez mais temos
de passar a informação referente à
reestruturação dos nossos cursos, feita
a pensar nas necessidades que vão surgindo. O que
é certo é que este meio é de facto
muito competitivo. Outra das razões para que o
número de lugares por preencher seja elevado deve-se
também ao facto de a UBI, na licenciatura em Gestão
ser uma das Universidades que mais vagas oferece a nível
nacional. Outra coisa que condiciona os nossos resultados
é a proximidade com outras entidades que também
leccionam cursos de Gestão. A situação
na Gestão pode ser algo revertida na 2ª Fase
de Acesso ao Ensino Superior, não só porque
os alunos que não conseguiram atingir os limites
impostos podem vir a conseguir ultrapassá-los agora
e também porque a Gestão foi um curso muito
procurado a nível nacional. Como nós temos
mais vagas que as outras Universidades, ainda temos um
excedente, podemos compensá-lo. Na Economia, já
não é bem assim. Se tivermos presentes os
resultados a nível nacional vemos que a maioria
das Universidades, mesmo as tradicionais ficaram com vagas
por preencher, nomeadamente o ISCTE e o ISEG, a Universidade
de Coimbra e outras.
Mas esta é uma situação que tem de
preocupar em primeiro lugar o Governo, que não
exerce o seu poder regulamentar. Nós faremos todos
os esforços de divulgação que estão
ao nosso alcance. Por exemplo, este ano fizemos uma grande
edição de panfletos com as novas estruturas,
com os métodos de ensino, com o corpo docente,
enviámos para todas as escolas do País alguns
panfletos, disponibilizámo-los ao Gabinete de Relações
Públicas para que os cursos fossem também
divulgados nas feiras e nos eventos onde a UBI está
representada. Actualizámos e melhorámos
o layout das páginas na Internet do Departamento
e dos diversos programas de graduação e
pós-graduação. Infelizmente estas
acções não foram suficientes para
preenchermos todas as vagas, mas isso não é
um drama, porque temos consciência que oferecemos
programas de qualidade.
U@O – Já no caso do Marketing, a
situação muda de figura?
T. S. – Aí foram preenchidas todas
as vagas e com uma média muito boa comparativamente
aos outros cursos de Marketing. É um curso com
menos vagas e somos uma das únicas duas Universidades
a leccionar o Marketing como licenciatura. Temos aqui
uma vantagem, uma vez que só o ISCTE e a UBI ministram
a licenciatura em Marketing no Ensino Superior Público.
Quem gosta de Marketing, e é óbvio que os
alunos preferem as Universidades aos politécnicos,
escolhe entre estas duas instituições.
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"Não me agradaria que o número
de vagas em Gestão diminuísse"
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U@O – Acha que o número de vagas
nos outros cursos devia diminuir?
T. S. – Temos de ter alguma atenção
ao que as outras Universidades vão fazer nesse
domínio. Não me agradaria que o número
de vagas em Gestão diminuísse uma vez que
é um curso tradicional na UBI, um dos dois primeiros
desta instituição, e portanto vamos tentar
manter o número de vagas, mas isso é uma
negociação que se faz todos os anos com
o ministério da tutela e está ao nível
central da Universidade. Esta licenciatura tem todas as
condições para se afirmar. Temos mais de
50 por cento do corpo docente doutorado nas mais diversas
áreas da Gestão o que faz com que praticamente
todas as cadeiras sejam regidas por doutores. Para além
de tudo isto, oferecemos aos alunos um acompanhamento
mais personalizado, porque somos uma Universidade relativamente
pequena e os docentes têm o cuidado de acompanhar
da melhor forma os alunos. Oferecemos também um
leque alargado de opções que me parece mais
uma vantagem a juntar àquelas que tínhamos
nas licenciaturas em Gestão e Economia.
U@O – Um leque alargado também às
pós-graduações, aos mestrados e aos
doutoramentos?
T. S. – Por uma questão de gestão
de recursos humanos e porque o Tratado de Bolonha assim
o exige organizámos e alargámos a oferta
em relação às pós-graduações,
de acordo com o que fizemos nas licenciaturas. Temos um
curso de pós-graduação em Gestão
Geral, que está a funcionar este ano como M.B.A.
e mestrado, temos depois um mestrado em Empreendedorismo
e Criação de Empresas e outro em Economia.
Temos outros mestrados em Economia e Políticas
Autárquicas, em Gestão de Produtos Farmacêuticos
e Gestão de Unidades de Saúde e ainda duas
pós-graduações: Segurança,
Higiene e Saúde no Trabalho e Contabilidade e Finanças
para não Financeiros. O que nós fizémos
foi articular os mestrados entre si. Por outro lado, alargámos
a oferta e actualizámos os conteúdos. A
grande inovação foi o lançamento
do programa de doutoramento em Gestão, que é
pioneiro na UBI como programa de doutoramento com parte
lectiva, seguindo-se a política que se pratica
noutras Universidades, nomeadamente, nos Estados Unidos
da América e no Norte da Europa e algumas Universidades
em Portugal. Este programa para nós está
a ser um sucesso porque conseguimos já ter pelo
menos oito candidaturas, sob as quais ainda está
a decorrer nos órgãos competentes os trâmites
para a aceitação ou não das mesmas.
Somos a terceira Universidade a oferecer um programa de
doutoramento em Gestão. Este doutoramento funciona
em articulação com os mestrados, mas há
cadeiras específicas em que os alunos são
confrontados com matérias para as quais têm
de ter competências específicas de doutoramento.
Esse programa compreende a frequência de um número
de disciplinas em que os alunos são avaliados e
têm de obter certas competências e depois
têm de fazer uma proposta de tese de doutoramento.
Essa proposta será avaliada por um júri
composto por professores do Departamento de Gestão
e Economia da UBI e não só terminando assim
a parte lectiva com a aprovação ou não
dessa proposta. Este programa conta com a colaboração
de Professores da prestigiada Universidade Autónoma
de Barcelona, com a qual o DGE mantém uma relação
privilegiada.
U@O – Defende a publicação
de artigos em revistas científicas. Como está
a UBI e em particular o DGE a esse nível?
T. S. – A evolução no DGE,
relativamente a essa área, é bastante positiva.
É sabido que a UBI precisa de melhorar nesta matéria,
no seu conjunto. De sublinhar que este Departamento está
a fazer o seu esforço. Continuo a defender que
a publicação em revistas científicas
acreditadas pelos nossos pares, quer nacionais, quer internacionais
é o essencial que distingue uma Universidade de
uma outra escola. A Universidade tem de criar ciência,
e a criação de ciência faz-se através
da criação de patentes, em algumas áreas,
e da publicação de artigos científicos
em revistas com processo de arbitragem independente (referees).
Este Departamento não é uma escola à
parte, está integrado na UBI, e a própria
Universidade deve fazer algo mais nesta matéria.
Dados concretos são aqueles que fazem referência
aos projectos que estão a decorrer no DGE, nomeadamente,
dois projectos aprovados pela Fundação para
a Ciência e Tecnologia (FCT). Esses projectos pretendem
não só estudar e portanto aumentar o conhecimento
científico, mas fazer a publicação
dos resultados naquele tipo de revistas. Por outro lado,
o número de artigos científicos tem vindo
a aumentar, e temos agora pelo menos dois artigos publicados
numa base de dados bastante conhecida, a base de dados
do Internacional Science Index (ISI).
U@O – De que forma a publicação
dos resultados das investigações é
importante?
T. S. – Este confronto de ideias é
importante porque os papers são o fórum
onde se debatem as ideias científicas. É
essencial que os pares reconheçam na nossa investigação,
o contributo essencial para as ciências. Por isso
é que esta questão é muito importante.
Não só por ser através de um fórum
onde muita gente tem acesso aos resultados da ciência,
mas também por ser um fórum acreditado,
em que os investigadores internacionais conferem credibilidade
aos resultados. Isso é extremamente importante,
não só para as Universidades portuguesas,
e o nosso País não é uma referência
neste domínio, embora tenha vindo a evoluir de
forma positiva, como também para a UBI em particular.
Temos exemplos de sucesso de publicações
que tiveram origem na UBI, embora o corpo doutorado não
publique tanto como seria desejável. Há
outra coisa essencial, pela qual eu me tenho vindo a debater,
que é o facto de um docente universitário
ter um tempo determinado, somos trabalhadores. Esse tempo
determinado tem de ser afecto a diversas actividades.
Primordialmente temos de programar o nosso tempo ao ensino
dos alunos, ao atendimento e esclarecimento dos mesmos,
que é essencial, e também à investigação.
Quanto mais a Universidade conseguir libertar os docentes
das tarefas administrativas, melhor.
"Somos a terceira Universidade a oferecer um
programa de doutoramento em Gestão" |
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U@O – O facto da licenciatura em Economia
na UBI estar acreditada pela Ordem dos Economistas confere
credibilidade ao curso?
T. S. – As licenciaturas em Economia e
Gestão estão acreditadas pela Ordem dos
Economistas. A licenciatura em Gestão está
também acredita pela Câmara dos Técnicos
Oficiais de Contas, os mesmos que creditam, sob certas
condições, a licenciatura em Economia. Essas
condições vão no sentido dos alunos
percorrerem, ao longo da sua licenciatura, um determinado
percurso que lhes permita obter uma série de competências
que essa câmara aceita como válidas para
serem técnicos oficiais de contas. Ainda assim
a Ordem dos Economistas poderia ter um papel mais interventivo,
mas estamos a falar de um órgão ainda recente
quando comparado com a Ordem dos Engenheiros ou dos Médicos.
Mas não podemos deixar de contar com a colaboração
da Ordem e tivemos as suas indicações em
atenção na reestruturação
do curso.
U@O – Como está o Departamento ao
nível da investigação. Como está
por exemplo a ligação à FCT? Projectos
em curso, etc?
T. S. – Estamos muito preocupados com o
aumento da produtividade em investigação,
como toda a Universidade está. A FCT não
é a única entidade financiadora de investigação,
mas é uma entidade muito importante. Foi com muito
agrado que na área da Economia e da Gestão
tivemos, no último concurso aberto por essa fundação,
docentes envolvidos em dois projectos. E são centenas,
os projectos submetidos, mas a poucos é atribuído
financiamento, apenas aos que têm classificação
de excelente e muito bom. Outros projectos decorrem, com
o objectivo de aumentar o conhecimento e de melhorar a
produtividade em publicações, nomeadamente,
projectos de carácter transfronteiriço em
que se avalia, por exemplo, o impacto das Universidades
na região, como é o OBSEREGIO. Existem outros
de carácter transfronteiriço entre a região
Norte da Beira Interior e a província espanhola
de Salamanca, coordenados por docentes nossos. Todos estes
projectos envolvem um número significativo de investigadores
do DGE.
U@O – Quanto aos projectos da FCT que referiu,
pode avançar mais pormenores?
T. S. – Um está relacionado com
a gestão da informação e outro com
a relação entre a educação
e o crescimento económico. De sublinhar que em
todos colaboramos com outras instituições,
o que é muito importante para nós, visto
estarmos inseridos na comunidade científica. Para
dar alguns exemplos das nossas parcerias em Portugal,
estamos ligados às Universidades de Évora,
Coimbra e Nova de Lisboa. Em Espanha temos ligações
com as Universidades de Valladolid, Salamanca e com Cáceres.
Num destes projectos participa também um investigador
da Universidade de Essex, de Inglaterra.
U@O – O Departamento tem vindo a criar
algumas parcerias com a sociedade civil, nomeadamente
ao nível do Petur. Há outros estudos e ligações
nesta área?
T. S. – Esse projecto é um óptimo
exemplo da relação que nós temos
de ter com o meio empresarial. Prestamos um serviço
ao exterior, nomeadamente na avaliação da
competitividade desta região em termos turísticos.
Também elaboramos um estudo sobre o Regadio da
Cova da Beira e outros. Há projectos mais vocacionados
para a prestação de serviços ao exterior,
essa também é uma função complementar
da Universidade, a meu ver, não uma função
essencial, porque as essenciais são o ensino e
a investigação, mas é complementar,
deriva da nossa investigação e esses projectos
são acarinhados no seio do DGE. Sempre que as empresas
e a sociedade civil nos solicitam colaboração
nós fazemo-lo com muito gosto.
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"Estamos muito preocupados com o aumento da
produtividade em investigação"
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U@O – Economia e gestão são temas
que marcam a agenda política actual? Como vê
a importância dada a estas questões em Portugal?
T. S. – A economia é importante
quando um País passa uma crise. Crise essa que
não pode ser vista como uma recessão, mas
antes uma incapacidade de nos aproximarmos dos nossos
pares mais ricos. Infelizmente, os últimos dez
anos têm sido nefastos em termos de convergência
económica para o nosso País. A economia
torna-se assim um tema mais interessante, uma vez que
as pessoas já começam a perder até
o próprio emprego. O aumento da taxa de desemprego
é um factor que afecta muito as pessoas, não
só psicologicamente como no aspecto financeiro.
E a economia torna-se um tema preferencial na agenda noticiosa,
tal como as opções governamentais e as decisões
que têm efeito no bem-estar das pessoas, nos seus
rendimentos.
U@O – Qual o balanço feito sobre
a acção pioneira do Observatório
para o Desenvolvimento Económico e Social (ODES)?
T. S. – Este organismo tem desenvolvido
uma análise dos indicadores económicos e
tem construído informações para auxiliar
a sociedade civil. Daí que tenha existido alguma
insistência na divulgação dos resultados
obtidos nos estudos realizados por esta estrutura. Houve
também uma parceria muito importante com a Associação
Nacional de Industriais de Lanifícios, que permitiu
a criação de uma marca. Mas na maior parte
dos casos estes projectos estão dependentes dos
financiamentos que existem e neste momento estamos a reavaliar
o projecto, no sentido da sua continuidade. Mas os resultados
que o Observatório produziu estão à
vista e parecem-me bastante positivos. Daí estarmos
a encetar todos os esforços no sentido de continuar
com esta estrutura no seio da Universidade.
"A economia é importante quando um País
passa uma crise" |
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U@O – Como vê um investimento como
o aeroporto da Covilhã?
T. S. – Para a região isso é
óptimo. Fazer aqui um aeroporto representa a captação
de investimentos e de turistas, para além de melhorar
as acessibilidades. Quanto aos grandes investimentos do
Estado é uma má altura para pensar neles,
porque estes investimentos não têm um efeito
positivo naquilo que é o grande problema do País
neste momento e que é um problema de crescimento.
U@O – O mesmo se passará com o TGV
e a OTA?
T. S. – Penso no TGV como uma pequena “aberração”.
Primeiro porque tecnicamente é um investimento
extremamente elevado que vai ter efeitos na economia que
não vão resolver os nossos problemas e segundo
porque não resolve de todo o crescimento económico.
Aqui, a parte do senso comum também me faz ter
outra opinião. Até porque viajo de comboio
e conheço a realidade do nosso País, não
vejo que o mercado, mesmo na ligação Lisboa
– Porto justifique uma ligação com
aquelas características e com aquele preço.
Os grandes investimentos públicos não são
necessariamente bons. Temos a caso da Expo 98 que foi
óptima para os lisboetas, os quais ganharam um
óptimo local de lazer aos fins-de-semana e para
os visitantes, mas não necessariamente para Portugal,
uma vez que o País não cresceu a seguir
a 1998. Não há ali um relacionamento de
causalidade entre o que é um grande investimento
público e a performance de crescimento de um país.
Esta performance está no comportamento das empresas
e este depende sim do que o Estado faz com as regras nas
suas contas públicas e daí ser importante
que a consolidação orçamental avance
para termos condições para crescer.
U@O – Uma nova bandeira deste Governo é
a da formação. Como vê isso?
T. S. – Um dos motores do crescimento económico
é o capital humano, daí ser essencial que
os funcionários tenham a maior e melhor formação.
Mas a formação tem de ser pensada nos moldes
em que a economia precisa. Nós tivemos um grande
acréscimo de formação nos últimos
anos e penso que isso também não resolveu.
Neste momento temos um sistema de Ensino, politécnico
e Superior que está acima das necessidades do País
em termos de capacidade instalada, ao criar-se um sistema
à parte deste, como aquele que se criou na formação
que houve em Portugal então isso não é
aproveitamento de recursos. Mas se integrarmos a formação
no sistema de ensino já existente, esta pode ser
uma medida positiva.
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