Por Catarina Rodrigues e Eduardo Alves




Urbi@Orbi – O Departamento de Gestão e Economia comemorou 25 anos de existência e apresentou algumas novidades ao nível curricular das licenciaturas. Era uma mudança necessária?
Tiago Sequeira –
Era uma mudança necessária, sem dúvida. A licenciatura em Gestão apresentava uma duração de cinco anos, o que a desenquadrava, em certa medida, das licenciaturas semelhantes ministradas noutras Universidades, e que apresentavam uma duração de apenas quatro anos. Nós fizemos uma mudança em dois sentidos. Um primeiro prende-se com esta transformação já referida, um segundo tem a ver com a nossa adaptação a Bolonha. Um elemento inovador que nós implementámos nas licenciaturas e nos aproximou das grandes escolas de Economia e Gestão é o facto de oferecermos agora um grande leque de opções aos alunos. Neste momento, em termos de Gestão e Economia somos a segunda escola que mais opções oferece aos alunos. Aproveitámos a estrutura matricial da UBI e também o facto do DGE oferecer três licenciaturas. Os alunos de Economia e Gestão têm a possibilidade de, num número determinado de opções frequentar disciplinas de outros cursos dentro do Departamento e também lhes damos a hipótese de, num conjunto limitado de três opções, frequentar qualquer disciplina na UBI. Isso possibilita aos alunos, não perdendo de vista o que é ser um bom economista e um bom gestor, conseguir ter uma abordagem mais geral do que é a ciência. No sentido da adaptação a Bolonha, os cursos são de “banda larga”, seguindo a tendência internacional e oferecendo ao futuro licenciado um aprofundado conhecimento técnico mas também uma grande capacidade de adaptação a novos desafios, elemento essencial de uma carreira de sucesso. Nos dois primeiros anos, as licenciaturas em Gestão e Economia, porque são áreas muito próximas, têm um ciclo “quase” comum, entrando nos dois últimos anos no ciclo especializado.

U@O –Os alunos que entram agora já vão frequentar o curso reestruturado?
T. S. –
A partir deste momento vamos entrar com o primeiro ano da nova estrutura, quer para o curso de Gestão quer para Economia. Há mudanças que tiveram de ser feitas para adaptar as pessoas que já estavam dentro dos currículos e portanto essas pessoas vão agora, através de uma tabela de correspondências, frequentar as novas disciplinas da nova estrutura tendo em conta todo o esforço que já fizeram na estrutura antiga. A Comissão Científica Departamental optou por valorizar todo o esforço feito até agora pelos alunos que já estavam na estrutura antiga, ainda que muitos dos alunos que estavam nesta situação tenham conseguido sair mais cedo do que iriam sair se não apanhassem esta nova estrutura. Neste momento as licenciaturas em Gestão e em Economia da UBI tornaram-se muito competitivas no País.

U@O – Como vê a diminuição do número de alunos que ingressaram na UBI, face a anos anteriores? Em 60 vagas Gestão preencheu apenas 33, Economia preencheu 31 em 45 e Marketing fez o pleno ao preencher a totalidade das vagas disponíveis, 35.
T. S. –
É uma situação que tem de ser vista como uma realidade complexa. Nós aqui estudamos, entre outras coisas, as forças competitivas. Também no caso da colocação dos estudantes há muitas forças competitivas, que nos fizeram obter este resultado. Cada vez mais temos de passar a informação referente à reestruturação dos nossos cursos, feita a pensar nas necessidades que vão surgindo. O que é certo é que este meio é de facto muito competitivo. Outra das razões para que o número de lugares por preencher seja elevado deve-se também ao facto de a UBI, na licenciatura em Gestão ser uma das Universidades que mais vagas oferece a nível nacional. Outra coisa que condiciona os nossos resultados é a proximidade com outras entidades que também leccionam cursos de Gestão. A situação na Gestão pode ser algo revertida na 2ª Fase de Acesso ao Ensino Superior, não só porque os alunos que não conseguiram atingir os limites impostos podem vir a conseguir ultrapassá-los agora e também porque a Gestão foi um curso muito procurado a nível nacional. Como nós temos mais vagas que as outras Universidades, ainda temos um excedente, podemos compensá-lo. Na Economia, já não é bem assim. Se tivermos presentes os resultados a nível nacional vemos que a maioria das Universidades, mesmo as tradicionais ficaram com vagas por preencher, nomeadamente o ISCTE e o ISEG, a Universidade de Coimbra e outras.
Mas esta é uma situação que tem de preocupar em primeiro lugar o Governo, que não exerce o seu poder regulamentar. Nós faremos todos os esforços de divulgação que estão ao nosso alcance. Por exemplo, este ano fizemos uma grande edição de panfletos com as novas estruturas, com os métodos de ensino, com o corpo docente, enviámos para todas as escolas do País alguns panfletos, disponibilizámo-los ao Gabinete de Relações Públicas para que os cursos fossem também divulgados nas feiras e nos eventos onde a UBI está representada. Actualizámos e melhorámos o layout das páginas na Internet do Departamento e dos diversos programas de graduação e pós-graduação. Infelizmente estas acções não foram suficientes para preenchermos todas as vagas, mas isso não é um drama, porque temos consciência que oferecemos programas de qualidade.

U@O – Já no caso do Marketing, a situação muda de figura?
T. S. –
Aí foram preenchidas todas as vagas e com uma média muito boa comparativamente aos outros cursos de Marketing. É um curso com menos vagas e somos uma das únicas duas Universidades a leccionar o Marketing como licenciatura. Temos aqui uma vantagem, uma vez que só o ISCTE e a UBI ministram a licenciatura em Marketing no Ensino Superior Público. Quem gosta de Marketing, e é óbvio que os alunos preferem as Universidades aos politécnicos, escolhe entre estas duas instituições.




"Não me agradaria que o número de vagas em Gestão diminuísse"

U@O – Acha que o número de vagas nos outros cursos devia diminuir?
T. S. –
Temos de ter alguma atenção ao que as outras Universidades vão fazer nesse domínio. Não me agradaria que o número de vagas em Gestão diminuísse uma vez que é um curso tradicional na UBI, um dos dois primeiros desta instituição, e portanto vamos tentar manter o número de vagas, mas isso é uma negociação que se faz todos os anos com o ministério da tutela e está ao nível central da Universidade. Esta licenciatura tem todas as condições para se afirmar. Temos mais de 50 por cento do corpo docente doutorado nas mais diversas áreas da Gestão o que faz com que praticamente todas as cadeiras sejam regidas por doutores. Para além de tudo isto, oferecemos aos alunos um acompanhamento mais personalizado, porque somos uma Universidade relativamente pequena e os docentes têm o cuidado de acompanhar da melhor forma os alunos. Oferecemos também um leque alargado de opções que me parece mais uma vantagem a juntar àquelas que tínhamos nas licenciaturas em Gestão e Economia.

U@O – Um leque alargado também às pós-graduações, aos mestrados e aos doutoramentos?
T. S. –
Por uma questão de gestão de recursos humanos e porque o Tratado de Bolonha assim o exige organizámos e alargámos a oferta em relação às pós-graduações, de acordo com o que fizemos nas licenciaturas. Temos um curso de pós-graduação em Gestão Geral, que está a funcionar este ano como M.B.A. e mestrado, temos depois um mestrado em Empreendedorismo e Criação de Empresas e outro em Economia. Temos outros mestrados em Economia e Políticas Autárquicas, em Gestão de Produtos Farmacêuticos e Gestão de Unidades de Saúde e ainda duas pós-graduações: Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho e Contabilidade e Finanças para não Financeiros. O que nós fizémos foi articular os mestrados entre si. Por outro lado, alargámos a oferta e actualizámos os conteúdos. A grande inovação foi o lançamento do programa de doutoramento em Gestão, que é pioneiro na UBI como programa de doutoramento com parte lectiva, seguindo-se a política que se pratica noutras Universidades, nomeadamente, nos Estados Unidos da América e no Norte da Europa e algumas Universidades em Portugal. Este programa para nós está a ser um sucesso porque conseguimos já ter pelo menos oito candidaturas, sob as quais ainda está a decorrer nos órgãos competentes os trâmites para a aceitação ou não das mesmas. Somos a terceira Universidade a oferecer um programa de doutoramento em Gestão. Este doutoramento funciona em articulação com os mestrados, mas há cadeiras específicas em que os alunos são confrontados com matérias para as quais têm de ter competências específicas de doutoramento. Esse programa compreende a frequência de um número de disciplinas em que os alunos são avaliados e têm de obter certas competências e depois têm de fazer uma proposta de tese de doutoramento. Essa proposta será avaliada por um júri composto por professores do Departamento de Gestão e Economia da UBI e não só terminando assim a parte lectiva com a aprovação ou não dessa proposta. Este programa conta com a colaboração de Professores da prestigiada Universidade Autónoma de Barcelona, com a qual o DGE mantém uma relação privilegiada.

U@O – Defende a publicação de artigos em revistas científicas. Como está a UBI e em particular o DGE a esse nível?
T. S. –
A evolução no DGE, relativamente a essa área, é bastante positiva. É sabido que a UBI precisa de melhorar nesta matéria, no seu conjunto. De sublinhar que este Departamento está a fazer o seu esforço. Continuo a defender que a publicação em revistas científicas acreditadas pelos nossos pares, quer nacionais, quer internacionais é o essencial que distingue uma Universidade de uma outra escola. A Universidade tem de criar ciência, e a criação de ciência faz-se através da criação de patentes, em algumas áreas, e da publicação de artigos científicos em revistas com processo de arbitragem independente (referees). Este Departamento não é uma escola à parte, está integrado na UBI, e a própria Universidade deve fazer algo mais nesta matéria.
Dados concretos são aqueles que fazem referência aos projectos que estão a decorrer no DGE, nomeadamente, dois projectos aprovados pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). Esses projectos pretendem não só estudar e portanto aumentar o conhecimento científico, mas fazer a publicação dos resultados naquele tipo de revistas. Por outro lado, o número de artigos científicos tem vindo a aumentar, e temos agora pelo menos dois artigos publicados numa base de dados bastante conhecida, a base de dados do Internacional Science Index (ISI).

U@O – De que forma a publicação dos resultados das investigações é importante?
T. S. –
Este confronto de ideias é importante porque os papers são o fórum onde se debatem as ideias científicas. É essencial que os pares reconheçam na nossa investigação, o contributo essencial para as ciências. Por isso é que esta questão é muito importante. Não só por ser através de um fórum onde muita gente tem acesso aos resultados da ciência, mas também por ser um fórum acreditado, em que os investigadores internacionais conferem credibilidade aos resultados. Isso é extremamente importante, não só para as Universidades portuguesas, e o nosso País não é uma referência neste domínio, embora tenha vindo a evoluir de forma positiva, como também para a UBI em particular. Temos exemplos de sucesso de publicações que tiveram origem na UBI, embora o corpo doutorado não publique tanto como seria desejável. Há outra coisa essencial, pela qual eu me tenho vindo a debater, que é o facto de um docente universitário ter um tempo determinado, somos trabalhadores. Esse tempo determinado tem de ser afecto a diversas actividades. Primordialmente temos de programar o nosso tempo ao ensino dos alunos, ao atendimento e esclarecimento dos mesmos, que é essencial, e também à investigação. Quanto mais a Universidade conseguir libertar os docentes das tarefas administrativas, melhor.


"Somos a terceira Universidade a oferecer um programa de doutoramento em Gestão"

U@O – O facto da licenciatura em Economia na UBI estar acreditada pela Ordem dos Economistas confere credibilidade ao curso?
T. S. –
As licenciaturas em Economia e Gestão estão acreditadas pela Ordem dos Economistas. A licenciatura em Gestão está também acredita pela Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas, os mesmos que creditam, sob certas condições, a licenciatura em Economia. Essas condições vão no sentido dos alunos percorrerem, ao longo da sua licenciatura, um determinado percurso que lhes permita obter uma série de competências que essa câmara aceita como válidas para serem técnicos oficiais de contas. Ainda assim a Ordem dos Economistas poderia ter um papel mais interventivo, mas estamos a falar de um órgão ainda recente quando comparado com a Ordem dos Engenheiros ou dos Médicos. Mas não podemos deixar de contar com a colaboração da Ordem e tivemos as suas indicações em atenção na reestruturação do curso.

U@O – Como está o Departamento ao nível da investigação. Como está por exemplo a ligação à FCT? Projectos em curso, etc?
T. S. –
Estamos muito preocupados com o aumento da produtividade em investigação, como toda a Universidade está. A FCT não é a única entidade financiadora de investigação, mas é uma entidade muito importante. Foi com muito agrado que na área da Economia e da Gestão tivemos, no último concurso aberto por essa fundação, docentes envolvidos em dois projectos. E são centenas, os projectos submetidos, mas a poucos é atribuído financiamento, apenas aos que têm classificação de excelente e muito bom. Outros projectos decorrem, com o objectivo de aumentar o conhecimento e de melhorar a produtividade em publicações, nomeadamente, projectos de carácter transfronteiriço em que se avalia, por exemplo, o impacto das Universidades na região, como é o OBSEREGIO. Existem outros de carácter transfronteiriço entre a região Norte da Beira Interior e a província espanhola de Salamanca, coordenados por docentes nossos. Todos estes projectos envolvem um número significativo de investigadores do DGE.

U@O – Quanto aos projectos da FCT que referiu, pode avançar mais pormenores?
T. S. –
Um está relacionado com a gestão da informação e outro com a relação entre a educação e o crescimento económico. De sublinhar que em todos colaboramos com outras instituições, o que é muito importante para nós, visto estarmos inseridos na comunidade científica. Para dar alguns exemplos das nossas parcerias em Portugal, estamos ligados às Universidades de Évora, Coimbra e Nova de Lisboa. Em Espanha temos ligações com as Universidades de Valladolid, Salamanca e com Cáceres. Num destes projectos participa também um investigador da Universidade de Essex, de Inglaterra.

U@O – O Departamento tem vindo a criar algumas parcerias com a sociedade civil, nomeadamente ao nível do Petur. Há outros estudos e ligações nesta área?
T. S. –
Esse projecto é um óptimo exemplo da relação que nós temos de ter com o meio empresarial. Prestamos um serviço ao exterior, nomeadamente na avaliação da competitividade desta região em termos turísticos. Também elaboramos um estudo sobre o Regadio da Cova da Beira e outros. Há projectos mais vocacionados para a prestação de serviços ao exterior, essa também é uma função complementar da Universidade, a meu ver, não uma função essencial, porque as essenciais são o ensino e a investigação, mas é complementar, deriva da nossa investigação e esses projectos são acarinhados no seio do DGE. Sempre que as empresas e a sociedade civil nos solicitam colaboração nós fazemo-lo com muito gosto.




"Estamos muito preocupados com o aumento da produtividade em investigação"


U@O – Economia e gestão são temas que marcam a agenda política actual? Como vê a importância dada a estas questões em Portugal?
T. S. –
A economia é importante quando um País passa uma crise. Crise essa que não pode ser vista como uma recessão, mas antes uma incapacidade de nos aproximarmos dos nossos pares mais ricos. Infelizmente, os últimos dez anos têm sido nefastos em termos de convergência económica para o nosso País. A economia torna-se assim um tema mais interessante, uma vez que as pessoas já começam a perder até o próprio emprego. O aumento da taxa de desemprego é um factor que afecta muito as pessoas, não só psicologicamente como no aspecto financeiro. E a economia torna-se um tema preferencial na agenda noticiosa, tal como as opções governamentais e as decisões que têm efeito no bem-estar das pessoas, nos seus rendimentos.

U@O – Qual o balanço feito sobre a acção pioneira do Observatório para o Desenvolvimento Económico e Social (ODES)?
T. S. –
Este organismo tem desenvolvido uma análise dos indicadores económicos e tem construído informações para auxiliar a sociedade civil. Daí que tenha existido alguma insistência na divulgação dos resultados obtidos nos estudos realizados por esta estrutura. Houve também uma parceria muito importante com a Associação Nacional de Industriais de Lanifícios, que permitiu a criação de uma marca. Mas na maior parte dos casos estes projectos estão dependentes dos financiamentos que existem e neste momento estamos a reavaliar o projecto, no sentido da sua continuidade. Mas os resultados que o Observatório produziu estão à vista e parecem-me bastante positivos. Daí estarmos a encetar todos os esforços no sentido de continuar com esta estrutura no seio da Universidade.


"A economia é importante quando um País passa uma crise"

U@O – Como vê um investimento como o aeroporto da Covilhã?
T. S. –
Para a região isso é óptimo. Fazer aqui um aeroporto representa a captação de investimentos e de turistas, para além de melhorar as acessibilidades. Quanto aos grandes investimentos do Estado é uma má altura para pensar neles, porque estes investimentos não têm um efeito positivo naquilo que é o grande problema do País neste momento e que é um problema de crescimento.

U@O – O mesmo se passará com o TGV e a OTA?
T. S. –
Penso no TGV como uma pequena “aberração”. Primeiro porque tecnicamente é um investimento extremamente elevado que vai ter efeitos na economia que não vão resolver os nossos problemas e segundo porque não resolve de todo o crescimento económico. Aqui, a parte do senso comum também me faz ter outra opinião. Até porque viajo de comboio e conheço a realidade do nosso País, não vejo que o mercado, mesmo na ligação Lisboa – Porto justifique uma ligação com aquelas características e com aquele preço.
Os grandes investimentos públicos não são necessariamente bons. Temos a caso da Expo 98 que foi óptima para os lisboetas, os quais ganharam um óptimo local de lazer aos fins-de-semana e para os visitantes, mas não necessariamente para Portugal, uma vez que o País não cresceu a seguir a 1998. Não há ali um relacionamento de causalidade entre o que é um grande investimento público e a performance de crescimento de um país. Esta performance está no comportamento das empresas e este depende sim do que o Estado faz com as regras nas suas contas públicas e daí ser importante que a consolidação orçamental avance para termos condições para crescer.

U@O – Uma nova bandeira deste Governo é a da formação. Como vê isso?
T. S. –
Um dos motores do crescimento económico é o capital humano, daí ser essencial que os funcionários tenham a maior e melhor formação. Mas a formação tem de ser pensada nos moldes em que a economia precisa. Nós tivemos um grande acréscimo de formação nos últimos anos e penso que isso também não resolveu.
Neste momento temos um sistema de Ensino, politécnico e Superior que está acima das necessidades do País em termos de capacidade instalada, ao criar-se um sistema à parte deste, como aquele que se criou na formação que houve em Portugal então isso não é aproveitamento de recursos. Mas se integrarmos a formação no sistema de ensino já existente, esta pode ser uma medida positiva.






Perfil



Tiago Miguel Guterres Neves Sequeira nasceu na Covilhã, cidade que sempre foi do seu agrado. Durante os primeiros anos de vida desloca-se para a cidade de Santarém, de onde regressa em idade de integrar o ciclo escolar. Toda a escolaridade é feita na “cidade neve”, passando pelas Escolas Frei Heitor Pinto e Campos Melo. Tiago Sequeira acaba por ingressar na UBI, na licenciatura de Economia. Em 1999 termina o curso e concorre ao programa de doutoramento em Economia da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa onde é aceite. “Frequentei-o até 2004, data em que defendi a minha tese de doutoramento”, refere. Um estudo “acerca da relação entre o capital humano, o crescimento económico e a riqueza dos países”.
O início da carreira de docente e investigador começa então na capital. Tiago Sequeira trabalha na sua tese de doutoramento e assume também funções de assistente estagiário na Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa. Mesmo em Lisboa não perdeu a sua ligação à UBI, “nem à cidade de origem”. Ainda em 2001 assume uma bolsa da Fundação para a Ciência e Tecnologia que lhe permite a dedicação, em exclusivo, à tese de doutoramento.
“Sempre gostei muito da UBI e ao abrir um concurso para assistente estagiário do DGE em 2002, candidatei-me e fui seleccionado”. Sequeira regressa assim à Beira Interior. A passagem a professor assistente é feita “depois de ter prestado provas de aptidão científica e pedagógica”. No ano passado “concluí o meu doutoramento e assumi o lugar de professor auxiliar”, explica. É autor de vários trabalhos de investigação na área da Macroeconomia e do Crescimento Económico, um dos quais publicado numa revista da Berkeley University Press, nos EUA. É investigador integrado no INOVA, unidade de investigação em Economia da Universidade Nova de Lisboa, financiado pela FCT. Tiago Sequeira, com 28 anos, é actualmente presidente do Departamento de Gestão e Economia.
Nos tempos livres, este docente gosta de viajar, fazer natação e ler. Um homem de contas e números que se interessa, sobretudo, por romance. Entre os títulos recentes que lhe foram mais marcantes destaca “Equador” de Miguel Sousa Tavares.