Um dos passos mais
importantes para a região, no entender de Carlos
Pinto, presidente da Câmara da Covilhã, foi
dado no último Conselho de Ministros. Na reunião
do executivo governamental, liderado por Pedro Santana
Lopes o decreto-lei que cria uma zona de jogo permanente
na serra da Estrela foi aprovado.
Desde 1998, ano em que a autarquia covilhanense e a Turistrela,
concessionária de exploração turística
da Estrela avançaram com o Plano Integrado de Desenvolvimento
do Turismo nas Penhas da Saúde, que se fala na
abertura de um casino de montanha. Desde então
que a autarquia covilhanense e outros parceiros tentam
fazer valer esta ideia junto do Governo. Agora com o executivo
social-democrata em regime de gestão, o decreto-lei
que aprova a criação desta zona foi finalmente
aprovado.
Carlos Pinto, autarca covilhanense, mostra-se bastante
confiante na decisão. “Uma medida que permitirá
acelerar a economia regional, seja pelos postos de trabalho
que cria, seja uma razão das receitas directas
que gera e dos efeitos que induz em outras áreas
de actividade”, sublinha o autarca.
Para Artur Costa Pais, representante da Turistrela, “a
data é histórica”. Na perspectiva
deste empresário, o casino era a peça que
faltava para “lançar definitivamente o turismo
da região”. Declarações que
vão encontrar sentido nas ânsias do edil
covilhanense. O social-democrata, Carlos Pinto, espera
agora que qualquer que seja o Governo eleito, “o
casino tenha continuidade”. Pinto espera ter a estrutura
a funcionar em 2007 e atrair “cerca de 3 milhões
de pessoas” para a região.
Bloco de Esquerda foi o
que mais protestou
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Partidos da oposição mostram-se contra
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Esta decisão do Conselho de Ministros levou a
um protesto generalizado por parte da oposição.
O maior repúdio pela criação da zona
de jogo veio do Bloco de Esquerda (BE). Em conferência
de imprensa realizada na passada sexta-feira, 28, a candidata
à Assembleia da República do BE pelo círculo
de Castelo Branco, Paula Nogueira mostrou uma “absoluta
estupefacção perante o decreto-lei que cria
uma zona de jogo na Estrela”. Segundo o Bloco, “esta
decisão é o pagamento de um favor a Carlos
Pinto”. Isto porque, nas eleições
de há três anos, o autarca covilhanense criticou
fortemente os candidatos “pára-quedistas”
em Castelo Branco, na altura o caso de Maria Elisa. Contudo,
refere o BE, “nestas eleições, Pinto
remete-se ao silêncio com a vinda de Morais Sarmento,
outro pára-quedista”. A candidata à
Assembleia da República chega mesmo a dizer que
esta decisão “é um delírio
santanista”.
A falta de visão turística e o seguidismo
político parecem estar também presentes
na proposta de uma zona de jogo. A fazer fé nas
palavras dos candidatos do BE “Pinto apenas copiou
as ideias de Santana, com a criação de um
casino em Lisboa e agora na Covilhã”.
No dia anterior, quinta-feira, 27, também Jorge
Fael, à margem do comício com Jerónimo
de Sousa, teceu criticas à aprovação
do decreto-lei. Para o candidato comunista, “não
é desta forma que se promove a Estrela”.
Fael chegou mesmo a dizer que a Covilhã “e
os seus líderes autárquicos” deviam
“pôr os olhos no caso de Seia e do Museu do
Pão” que até ao momento já
recebeu cerca de 200 mil visitantes.
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