Por Eduardo Alves


A área de jogo da serra da Estrela está agora aprovada pelo Governo

Um dos passos mais importantes para a região, no entender de Carlos Pinto, presidente da Câmara da Covilhã, foi dado no último Conselho de Ministros. Na reunião do executivo governamental, liderado por Pedro Santana Lopes o decreto-lei que cria uma zona de jogo permanente na serra da Estrela foi aprovado.
Desde 1998, ano em que a autarquia covilhanense e a Turistrela, concessionária de exploração turística da Estrela avançaram com o Plano Integrado de Desenvolvimento do Turismo nas Penhas da Saúde, que se fala na abertura de um casino de montanha. Desde então que a autarquia covilhanense e outros parceiros tentam fazer valer esta ideia junto do Governo. Agora com o executivo social-democrata em regime de gestão, o decreto-lei que aprova a criação desta zona foi finalmente aprovado.
Carlos Pinto, autarca covilhanense, mostra-se bastante confiante na decisão. “Uma medida que permitirá acelerar a economia regional, seja pelos postos de trabalho que cria, seja uma razão das receitas directas que gera e dos efeitos que induz em outras áreas de actividade”, sublinha o autarca.
Para Artur Costa Pais, representante da Turistrela, “a data é histórica”. Na perspectiva deste empresário, o casino era a peça que faltava para “lançar definitivamente o turismo da região”. Declarações que vão encontrar sentido nas ânsias do edil covilhanense. O social-democrata, Carlos Pinto, espera agora que qualquer que seja o Governo eleito, “o casino tenha continuidade”. Pinto espera ter a estrutura a funcionar em 2007 e atrair “cerca de 3 milhões de pessoas” para a região.




Partidos da oposição mostram-se contra

Esta decisão do Conselho de Ministros levou a um protesto generalizado por parte da oposição. O maior repúdio pela criação da zona de jogo veio do Bloco de Esquerda (BE). Em conferência de imprensa realizada na passada sexta-feira, 28, a candidata à Assembleia da República do BE pelo círculo de Castelo Branco, Paula Nogueira mostrou uma “absoluta estupefacção perante o decreto-lei que cria uma zona de jogo na Estrela”. Segundo o Bloco, “esta decisão é o pagamento de um favor a Carlos Pinto”. Isto porque, nas eleições de há três anos, o autarca covilhanense criticou fortemente os candidatos “pára-quedistas” em Castelo Branco, na altura o caso de Maria Elisa. Contudo, refere o BE, “nestas eleições, Pinto remete-se ao silêncio com a vinda de Morais Sarmento, outro pára-quedista”. A candidata à Assembleia da República chega mesmo a dizer que esta decisão “é um delírio santanista”.
A falta de visão turística e o seguidismo político parecem estar também presentes na proposta de uma zona de jogo. A fazer fé nas palavras dos candidatos do BE “Pinto apenas copiou as ideias de Santana, com a criação de um casino em Lisboa e agora na Covilhã”.
No dia anterior, quinta-feira, 27, também Jorge Fael, à margem do comício com Jerónimo de Sousa, teceu criticas à aprovação do decreto-lei. Para o candidato comunista, “não é desta forma que se promove a Estrela”. Fael chegou mesmo a dizer que a Covilhã “e os seus líderes autárquicos” deviam “pôr os olhos no caso de Seia e do Museu do Pão” que até ao momento já recebeu cerca de 200 mil visitantes.