Mariana Morais é uma das
faces mais visíveis deste movimento
civil
|
Contra o preço
da água na Covilhã
Promotores de abaixo-assinado
apelam a protesto simbólico
Passados mais de
três meses da entrega de um abaixo-assinado de contestação
sobre o aumento da factura da água na Covilhã,
os seus promotores fartaram-se de esperar por uma resposta
da autarquia e pedem à população
para depositar objectos ligados à água na
Fonte das Três Bicas.
|
Por Daniel
Sousa e Silva
|
|
|
O grupo de utentes promotores
do abaixo-assinado entregue na Assembleia Municipal de 13
de Fevereiro contra o elevado preço da água
no concelho da Covilhã, não gostou que Carlos
Pinto, presidente da autarquia, tivesse dito recentemente,
em declarações à Radio Clube da Covilhã,
nem sequer ter visto o documento que reunia 3500 assinaturas.
”Passados mais de três meses ninguém
deu qualquer resposta aos munícipes subscritores
que pediam uma revisão dos preços da água
e das taxas e serviços contidos nas respectivas facturas,
no sentido de valores socialmente mais justos”, disse
Mariana Morais, do grupo de utentes descontentes, em conferência
de imprensa na Fonte das Três Bicas (junto às
instalações da Região de Turismo da
Serra da Estrela), ontem, segunda feira.
No entanto, foi dada a garantia que “a luta contra
o elevado preço da água vai continuar”,
por isso apelam aos utentes dos Serviços Municipalizados
de Águas e Saneamento (SMAS) que adiram a um protesto
simbólico contra o preço da água fixado
pela autarquia covilhanense. Pedem que, aos sábados,
se deposite na Fonte das Três Bicas vasilhas de água,
garrafões, garrafas e “demais utensílios
ligados à água”.
Mariana Morais lembrou que no texto do abaixo-assinado dirigido
directamente a Carlos Pinto, “os utentes dos SMAS
não encontravam justificação para a
quase duplicação dos valores das facturas
da água”. A representante do movimento civil
considera que o defendido era “justo”, uma vez
que “veio a confirmar-se verdadeiro em Abril último,
com a apresentação do Relatório de
Contas e desses serviços onde as receitas da venda
de água e afins passaram, de 2002 para 2003, de 2240
mil euros para 5515 mil euros, ou seja, um aumento de 146
por cento”, remata.
“Foi anunciado que os aumentos serviriam para se melhorar
o saneamento e a qualidade da água, mas essas contrapartidas
são inexistentes”, reiterou Mariana Morais,
destacando ser “incompreensível a forma como
temos sido ignorados pelos responsáveis municipais”.
Uma outra utente descontente é Elvira Cardoso. “Antes
não era preocupante o preço da água,
mas agora, de dois em dois meses, somos obrigados a pagar
entre 7 a 8 contos de factura”, lamenta. Esta funcionária
da Universidade da Beira Interior (UBI) ajudou no processo
de recolha de assinaturas e destaca que “lá
[UBI] foram conseguidas mais de 500 assinaturas, porque
os estudantes vivem com um orçamento muito limitado”.
Quanto à delimitação do protesto anunciado,
este grupo assegurou que “não tem prazo determinado
de duração” e afirmou que, embora ainda
não haja algo de concreto delineado, pensam “tomar
outro tipo de atitudes”. |
|
|