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um Filme          

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TAXI DRIVER                                                                           


de martin scorcese _ por luís nogueira

Na noite da grande cidade esconde-se um homem. Nele aninham-se as sementes da violência. É um ex-marine, insone, misantropo, ferido, perdido. E é um guerreiro, um cruzado em luta pela pureza da vida, um revoltado.
Na sujidade entrevê uma anunciação, um
anjo. Mas esse anjo não é imaculado. É ainda um produto da sarjeta moral. O mundo parece sem redenção. Nem no amor, nem nos amigos, nem dentro de si, em lado algum encontra algo com que apaziguar o desconforto. Só resta uma opção: agir. Doa a quem doer. E que lhe doa a ele também. A dor é o sinal de vida.
Travis Bickle (fabulosa e inigualável composição de Robert De Niro) está disposto a lutar. Qual a sua causa? A busca de uma ordem que o mundo perdeu. É um desejo quase fascista. E, no entanto, o seu intento é tão puro, tão genuíno, quase
inocente... Tão perigoso, também, dinamite autêntico. Se não houver cuidado, vai explodir.
Taxi Driver é mais que um filme, é uma metáfora, enigmática,
inalcançável no seu significado. Podemos voltar sempre a ele, lê-lo de uma nova maneira. E partimos mais uma vez sem respostas.


 

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