Fiscalização
da condução sob efeito de drogas
começa a 25 de Abril
Combate à droga
nas estradas portuguesas
A lei já existe há dois anos, mas só agora
entra em vigor. O feriado de 25 de Abril foi a data escolhida
pela Direcção Geral de Viação (DGV)
para o arranque das acções de fiscalização
da condução sob o efeito de estupefacientes ou
psicotrópicos. Um feriado ao qual se seguem outros feriados
- dias propícios aos acidentes nas estradas portuguesas.
Até lá, estão a ser distribuídos
"kits" pelas esquadras da PSP e da GNR, compostos por
uma bolsinha contendo um tubo de tampa vermelha para recolha
de sangue, e outro de tampa azul para recolha de urina. Simultaneamente,
estão a decorrer acções de formação
dos polícias, para que no dia agendado tudo e todos estejam
preparado para esta nova função.
Estas acções de fiscalização não
serão, como as do alcóol, aleatórias, devendo
apenas proceder-se às mesmas em caso de acidente do qual
resultem mortos ou feridos. Neste caso, a polícia deve
conduzir os intervenientes ilesos às Urgências do
hospital mais próximo, onde serão examinados por
um médico. Caso o resultado das análises seja positivo,
a pessoa fica sujeita a uma coima que vai dos 40 aos 200 contos
e a uma sanção acessória de inibição
de condução que vai de dois meses a dois anos,
pois esta infracção é considerada uma contra-ordenação
muito grave (artigo 138º do Código da Estrada).
Mercado sem resposta
O atraso na aplicação
desta lei, que já existe há dois anos, é
atribuído pela DGV à falta de recursos e de preparação
do mercado português. Por um lado, era a inexistência
do equipamento necessário, que teve de ser comprado em
Inglaterra. Por outro lado, a falta de tradição
na legislação "antidopping" também
dificultou o processo porque, em consequência, os hospitais
não estavam habilitados a realizar estes testes com a
frequência e rapidez que se impõe.
Esta iniciativa está a ser realizada a nível europeu,
no âmbito do programa Rosita, que envolve um estudo da
União Europeia dedicado ao problema da condução
sob a influência de droga(s). Pretendento envolver todos
os Estados-membros, o programa tem tido respostas mais e menos
animadoras dos diversos países. Portugal só agora
começa a colaborar, mas pretende-se que a medida se implante
com sucesso e se possa generalizar, abrangendo mais que situações
envolvendo acidentes graves. |